As mais de 300 mil pessoas que participaram dos cinco dias de Rock in Rio em Lisboa emitiram algumas toneladas de gás carbônico no meio ambiente, direta ou indiretamente. Essa emissão, chamada “pegada de carbono” (carbon footprint), é uma medida do impacto que as nossas atividades têm no ambiente e, em particular, nas alterações climáticas. Para compensar esta emissão, foi necessário plantar algumas dezenas de árvores.
Exatamente, há árvores “trabalhando” para o Rock in Rio: em 2008 foi criada a Floresta Rock in Rio, na região de Mafra, em Portugal, com o objetivo de compensar as pegadas de carbono geradas pelo evento.
O gás carbônico é um resíduo gerado a todo o momento pelo ser humano e pelas máquinas à nossa volta. Da mesma maneira, é o mesmo resíduo que as plantas precisam para realizar a fotossíntese. Assim, se existe uma floresta com as espécies e a dimensão necessárias para compensar as emissões feitas durante um evento da grandeza do Rock in Rio, significa que o impacto ambiental do evento é zerado.
Mas esta é apenas uma parte da iniciativa composta por diversas ações, desenvolvidas em colaboração com a CarbonoZero, marca de referência do mercado voluntário de carbono em Portugal desde 2005. Líder em inovação, a CarbonoZero foi o primeiro instrumento em Portugal a assumir a verificação externa independente de todo o seu funcionamento, realizada pela Delloite, e a publicar os respectivos resultados. A organização contabiliza a compensação de mais de 20 mil toneladas de CO2. A responsabilidade da plantação e de gestão da Floresta Rock in Rio está a cargo da Oryzon Energias, empresa do Grupo Catarino especializada em planejamento e gestão florestal.
Promoview conversou com Norma Franco, gestora do Projeto Rock in Rio CarbonoZero, que nos informou que as ações evoluíram tanto desde a edição de 2008 que o evento foi certificado como 100% reciclável na edição de 2010. As ações desenvolvidas no contexto Rock in Rio CabonoZero passaram a ser, não uma complementação, mas uma das bases do evento: o lema “Por Um Mundo Melhor” foi aplicado não só na melhoria do mundo por intermédio da alegria, da amizade e do encontro de pessoas em paz, mas também por meio da conscientização ambiental.
Parceiros, patrocinadores, fornecedores e o público envolveram-se em diversas estratégias para reduzir o impacto da energia utilizada no evento e do lixo gerado. Negociou-se, por exemplo, que todos os copos utilizados na venda de bebidas fossem feitos de materiais recicláveis, e os parceiros assumiram esta responsabilidade.
A campanha “Vá de transporte Público”, foi mais uma ação que contou com forte adesão do público e apoio do governo local. Calcula-se que somente pelo fato das pessoas irem de metrô ao Parque da Bela Vista, 5% de redução de pegadas de carbono per capta tenham sido atingidas.
A Floresta do Rock in Rio continuará crescendo, mas o evento espera que as boas práticas de cada participante com relação à natureza também. Para isso, foram criados manuais de boas práticas, com ações simples que podem ser incorporadas no dia-a-dia.