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Parabéns, você merece.

Oras, todo mundo tem direito.

Por Marina Pechlivanis

Estamos na era do imediato, onde tudo é viral e tudo é contínuo.

E onde a tecnologia é cada vez mais usada para efetivar links entre a experiência de consumo e a satisfação das pessoas.

Pessoas, pois o mercado não é composto apenas por mercadorias. Existem clientes, consultores, criadores, fornecedores, desenvolvedores, promotores, multiplicadores entre tantos outros papéis que a atuação no mundo dos negócios estabelece. 

Em todos, um fato social comum: a necessidade de ser reconhecido fazendo parte de um grupo de afinidades, inerente à nossa natureza humana desde os tempos ancestrais.

Precisamos que os outros, em qualquer modelo organizacional, nos valorizem por nossos feitos. Em dinheiro, em palavras, em benefícios, em mimos.

Nessa métrica, todo mundo merece alguma coisa. Funcionários merecem prêmios, clientes merecem brindes, fornecedores merecem bônus. E é por conta desta regra — “eu mereço” — que as ações de gifting têm tanta aderência no mercado. 

O dar-receber-retribuir reproduz um mesmo ritual há milênios. Mudam os objetos que são trocados, muda o sentido da troca de acordo com a cultura, mas a experiência de ser lembrado é a mesma e traz sempre uma sensação de conquista, de conforto.

Oras, todo mundo tem direito.

E se não é por mérito, que seja por astúcia.

Parafraseando o filósofo Bourdieu, o en jeux (o que está em jogo) neste caso é a posse, uma das traduções do status. E quem não se mobiliza pelo ter, especialmente quando é dado e não comprado?

Por isso o mercado não cessa de inovar. São aparatos high tech do Vale do Silício ou enfeites artesanais do Vale do Ribeira.

Vale o que está na moda, e o que é moda para aquele que vai ser congratulado. 

Êxito no mundo dos negócios está associado a entendimento do mercado, objetividade no que se vende, eficiência nos processos, estratégia, comprometimento, accountabililty. E ao gifting também, que tem o poder criar objetos de desejo e experiênicas memoráveis capazes de mobilizar e encantar as pessoas.

Dizia o saudoso Chacrinha: “ela merece ou não merece?”.

Ela merece, ela merece. E você também.

Parabéns.