A primeira edição do Rio Creative Conference (Rio2C), evento que reunirá alguns dos nomes globais mais influentes das áreas de audiovisual, música e inovação, está marcada para ser realizada entre 3 e 8 de abril, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
No lineup do evento, já confirmados estão, por exemplo, Bruce Miller, criador, show- runner e produtor executivo da série The Handmaid’s Tale; Fred Ritchin, escritor e reitor emérito do Interational Center of Photography em Nova York; Zack Lieberman, da OpenFrameWorks; Geoffrey Emerich, engenheiro de áudio de diversos álbuns dos Beatles; e Kari Skogland, diretora de sucessos como The Walking Dead, Os Borgias e Penny Dreadful; o agente de televisão da Creative Artists Nick Lafferty, entre muitos outros nomes (lineup completo em http://rio2c.com).
Muitos temas entram no escopo do evento, como conteúdo e marcas (que terá um dia inteiro dedicado ao tema), games, documentários, coprodução, licenciamento no digital, arte digital, realidade virtual e trilhas sonoras: será quase uma versão pocket do famoso SXSW, realizado todos os anos em Austin, no Texas, que se transformou no maior evento sobre inovação do mundo.
Na organização do evento, está parte da equipe que realizou o RioContentMarket, que dá lugar ao novo evento. Entre eles, na curadoria, Carla Esmeralda, especialista em consultoria para o desenvolvimento de projetos culturais e de programas audiovisuais, que se une a Rafael Lazarini, vice-presidente e head para América Latina de desenvolvimento de negócios da Live Nation Entertainment, empresa líder global de entretenimento ao vivo e criador do Rio2C, como o evento está sendo chamado. Lazarini tinha, engavetado, um evento chamado SER focado em entretenimento no Rio de Janeiro.
Carla assumiu a direção-geral de conteúdo do Rio2C, enquanto Liana Brazil, da SuperUber, é curadora de inovação, e o músico e produtor musical Zé Ricardo comanda a área da música.
A ideia é fazer uma semana de discussões para profissionais – e a organização espera a participação de cerca de 6 mil pessoas – e um festival aberto no fim de semana, para o público, com diversas atrações e previsão de receber até 20 mil.
O RioContentMarket é um case de sucesso no mercado audiovisual brasileiro, e sua realização ao longo dos últimos sete anos ajudou a fomentar o mercado, aprofundar discussões sobre a Lei do Audiovisual 8.685/93, que passou a valer em 2012, e, como explica sua curadora desde a primeira edição, Carla Esmeralda: “baixar a guarda” de todas as partes envolvidas na indústria para discutir e avançar em todos os temas relativos a ela.
Ele cumpriu sua missão, como diz Carla, ancorado em três pilares: sua curadoria, a participação da Brasil Audiovisual Indepentende (Bravi) e a Fagga Eventos na organização.
“O RioContentMarket veio para cumprir uma missão, que era acompanhar o desenvolvimento e a implementação da lei. A ABPI-TV é uma associação que faz um corte muito claro em relação à produção independente para a TV. Essa produção independente para a TV começou a ter mais vigor pós-lei. Começamos, a cada ano, a pautar as discussões. Foi muito importante fazer este movimento de ‘baixa de guarda’ para que todos os pares conseguissem conversar”, conta Carla.
Segundo ela, havia um “fantasma” de que a produção independente jamais conseguiria produzir para os canais, superado pela comprovação da competência do setor em produzir produtos de qualidade para Disney, Turner, Viacom, Globosat etc.
Ao mesmo tempo, com a chegada de novas plataformas, havia várias discussões necessárias sobre como o negócio se reestruturaria dentro delas.
Players como Netflix, Amazon e Hulu vieram ao Brasil conversar com o mercado e discutir questões relevantes. Havia a necessidade, ao final da última edição, de dar uma virada no evento, e assim nasceu a parceria com Lazarini. “O Rio é a capital criativa do Brasil, e por isso faz sentido este evento aqui. A ideia é promover um movimento orgânico de encontro e discussão sobre as diversas áreas do entretenimento. E ter uma visão completa do que é o setor, descompartimentalizá-lo”, conclui Lazarini.