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SXSW admite edição fora dos EUA

O South by Southwest (SXSW), o festival de inovação realizado em Austin, nos Estados Unidos, poderá ter edições internacionais.

O South by Southwest (SXSW), o festival de inovação realizado em Austin, nos Estados Unidos, poderá ter edições internacionais. Segundo o G1, Tracy Mann, uma das responsáveis pela organização e marketing do festival, disse que a realização de eventos no exterior entrou na pauta de 2018 e o Brasil é um dos endereços no radar. Neste ano, cerca de 1.200 brasileiros e 77 empresas nacionais participaram do festival.

Trata-se de uma mudança de posição. No ano passado, Tracy havia negado e mesmo descartado a possibilidade. Mas um bem-sucedido evento experimento realizado na Alemanha mudou a visão dos organizadores.

“Esse evento tinha assuntos mais ligados aos interesses da patrocinadora, mas ainda assim tinha grandes nomes como os que temos aqui. Teremos outra edição em Estocolmo, na Suécia, e aí eu penso bom, vamos ver se tem alguma empresa brasileira interessada e vamos conversar, vamos ver se conseguimos fazer acontecer”, disse Tracy.

Segundo ela, os fundadores ficaram mais abertos a conversar sobre novos eventos. Uma das preocupações antes era que o número de participantes do país onde aconteceu o evento cair na edição americana do SXSW. Mas, segundo ela, aconteceu o contrário com os alemães. “Tivemos muito mais alemães esse ano do que nos anos anteriores. Agora que já temos a experiência de fazer, pode se tornar realidade”.

Mas mesmo que o “South by”, como é carinhosamente chamado pelos participantes, ganhe uma sub-edição no Brasil, Tracy não quer que os brasileiros abram mão de vir a Austin. Em ótimo português, a norte-americana lembra que os painéis da Embraer, em parceria com a Uber, e da Natura, junto com Luis Vuitton e o criador de Westworld, foram emblemáticos, pois mostram como o país está lado a lado com as grandes potências de inovação mundiais.

“O Brasil é uma ilha maravilhosa dentro do mundo, quase um ecossistema fechado. Brasileiros estarem aqui, mas estarem conscientes do que está acontecendo no mundo, aumenta a possibilidade de inovação. O país tem essa coisa da antropofagia, de absorver as influências do mundo e criar uma coisa totalmente inovadora, de criar algo do futuro com elementos básicos. E é fantástico ver que a inovação continua, apesar dos tempos turbulentos na política”.

Brasileiros em peso

Neste ano, o SXSW entrou definitivamente no calendário verde-amarelo, com a presença de grandes empresas e de participantes fora do eixo Rio-São Paulo.

Tracy comemorou o fato de que o festival saiu do eixo Rio-São Paulo, com presença massiva de participantes de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Bahia. “A diversidade do evento, e da delegação brasileira, sem dúvida foi ponto alto dessa edição. Tivemos uma panorâmica incrível, de muitos setores diferentes. Essa participação do Sul me surpreendeu positivamente. Também conheci o pessoal da Bahia e seu programa de incentivo a startups, chamado ‘Vale do Dendê’ e para o ano que vem fico muito empolgada de fazer algo mais relacionado ao estado”.

Mann também aproveitou para lembrar que a presença cada vez maior do Brasil no festival é uma tendência do South by Southwest. Segundo ela, cerca de 25% dos participantes vêm de outros 79 países, além dos Estados Unidos.

“Isso me agrada muito, ainda mais nos tempos em que a gente está vivendo. As pessoas se sentem, que precisam estar aqui, que é importante participar desse ecossistema de inovação que temos. É maravilhoso”.

A diversidade do festival, ainda segundo a organizadora, permite que empresas que estão começando se conectem com as gigantes do mercado, mas cada vez mais num nível mais sênior: “Tudo começou com as agências de publicidade, mas agora estamos vendo pessoas muito mais bem preparadas”.

Tracy destacou a ajuda da Apex para trazer mais empresas brasileiras ao festival. Segundo ela, a agência traçou uma meta para negócios mais alta do que os anteriores. “Nós tivemos uma empresa de Fortaleza, por exemplo, fechar um negócio de US$ 10 milhões com um fundo de Nova York. Outra de Curitiba que está falando com grandes produtores, vencedores do Oscar, com a Amazon. Isso também é um passo muito além do que o que a gente tinha conseguido nos anos anteriores”, explica.