O Festival Gastronômico Fartura chega a Brasília nos dias 9 e 10 de junho. A Capital Federal encerra um ciclo do evento que passou pelas cinco regiões do País.
Nos dois dias, o público terá acesso a pratos de chefs nacionais renomados, um espaço para aprender a cozinhar, preparação ao vivo de receitas, shows de bandas locais e comercialização de produtos vindos dos mais diversos cantos do Brasil.
O Correio foi à Capital gaúcha para conhecer o evento e quem estava lá representando Brasília era o chef Thiago Paraíso, dos restaurantes Saveur e Ouriço. Essa foi a primeira vez que ele participou do Fartura. Na avaliação dele, essa foi “Uma oportunidade para conhecerem a minha cozinha".
No evento, o chef preparou um bolinho de arroz de moqueca com camarão rosa e vinagrete de pimentas. Ele já está confirmado para a edição do festival que ocorrerá em Brasília.
Além de Paraíso, o Fartura Brasília terá a presença de Idalina Vieira, a chef que faz a moqueca mais famosa do Espírito Santo, no restaurante Gaeta, localizado em Meaípe, a cerca de 60 km de Vitória, e Ivan Prado, chef cearense que estuda ingredientes típicos da região.
Mais que um festival
O Festival Gastronômico é apenas uma parte do que a equipe planeja durante o ano. A curadora gastronômica do Fartura Luiza Fecarotta enxerga o evento como "Uma celebração à mesa". Eles viajam pelo País em busca de novos sabores e para encontrar “Histórias fantásticas de produtores anônimos.”
Todas as expedições resultam no festival, em livros e na plataforma on-line, onde é possível ver receitas, dicas e histórias. "É uma forma de registrar e compartilhar o conhecimento.", explica Fecarotta.
Dentre as histórias contadas em Porto Alegre, estava a de Timóteo Domingo. De Canindé do São Francisco, no Interior de Sergipe, ele estuda a importância do cacto, um elemento típico da caatinga, que pode ser usado como ingrediente em pratos diversos. Ele participou de várias edições do Fartura e percebe que, diferentemente do início, já há uma aceitação do ingrediente: "Quando comecei no festival, as pessoas se espantavam ao ver o cacto."
O porto-alegrense Carlos Kristensen já rodou o Brasil e também esteve presente em muitas edições. Na visão do chef, o Fartura "É um evento muito democrático. Você olha no olho do público e pode conversar. Além de ser um momento enriquecedor, você acaba conhecendo a cultura local, confraterniza com outros chefs. É sempre uma fartura de pessoas, de produtos, de conhecimento.", conta.
Paulo Machado, chef mato-grossense, diz se sentir honrado de ter participado do evento. Ele analisa que a culinária do Estado é pouco conhecida e explica: "A singularidade da nossa comida se dá porque o Estado foi formado por vários povos e recebemos influência de todos eles. Tem comida japonesa, árabe e dos próprios brasileiros de outras regiões do País."
Ao final do Fartura, em Porto Alegre, Machado estava feliz, pois o arroz carreteiro de sua autoria foi bem aceito pelos visitantes que comeram os 15 kg preparados no evento.