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Festival Varilux de Cinema Francês divulga programação

De 7 a 20 de junho, cinemas de 63 cidades brasileiras recebem o evento om seus 21 filmes participantes, sendo 20 longas-metragens da nova safra da cinematografia francesa e um clássico: o famoso Z, de Costa-Gavras.

A maratona de filmes franceses já tem data marcada. De 7 a 20 de junho, cinemas de 63 cidades brasileiras recebem o Festival Varilux de Cinema Francês de 2018 com seus 21 filmes participantes, sendo 20 longas-metragens da nova safra da cinematografia francesa e um clássico: o famoso Z, de Costa-Gavras.

Além dessas cidades, graças a uma parceria estratégica com o Sesc Nacional, 15 longas da programação serão exibidos em 29 unidades culturais do SESC, com entrada franca, entre junho e julho, levando o Festival a municípios onde geralmente o cinema francês não chega.

Com isso, o Festival Varilux estará presente em 88 cidades, cobrindo quase todo território nacional. A abertura em São Paulo será dia 6 de junho com a presença da delegação artística, formada por diretores e atores.

O Rio de Janeiro receberá os artistas no dia 7.

Antes disso e, pela primeira vez fora do eixo Rio/São Paulo, o Festival Varilux levará parte da delegação para o nordeste: Salvador ganhará uma pré-estreia do evento no dia 4 de junho.

Outra novidade importante: o festival contará com uma delegação de profissionais franceses reconhecidos nos ramos da produção, da distribuição e da TV e organizará pela primeira vez o Encontro Franco-Brasileiro de Cinema nas três cidades, discutindo temas como o da atualidade das coproduções franco-brasileiras, do financiamento, da regulamentação e dos mercados do cinema na Europa e no Brasil (distribuição, VOD, vendas internacionais, etc).

As outras atividades paralelas contemplam debates com os integrantes da delegação, ações e sessões educativas, além do laboratório franco-brasileiro de roteiros sob a coordenação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e diretor geral do FIPA (Festival Internacional de Programação Audiovisual).

Pioneira em festivais e sucesso na edição passada, o Varilux promove novamente uma Mostra de Realidade Virtual com curadoria do cineasta e especialista francês de VR Fouazi Louahem, que também ministrará uma  Masterclass de Realidade Virtual em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Em parceria com a Unifrance Films, o Festival apresenta pela primeira vez uma seleção de curtas-metragens franceses, alguns premiados, demonstrando dessa forma a diversidade e a criatividade da narrativa audiovisual da França.

O evento, que conquistou o ranking de maior festival francês do mundo e levou 180 mil pessoas aos cinemas apontando um crescimento de 15% em relação ao ano anterior, segue em expansão. O diretor do festival, Christian Boudier, comemora: “A parceria com o Sesc Nacional permite que o Varilux alcance um público que não costuma ter acesso à cinematografia francesa, reforçando nosso trabalho de democratização do Festival e formação de plateia no país”.

A produção é da Bonfilm, e o evento conta com patrocínio principal da Essilor/Varilux, Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Os Filmes

O público terá a oportunidade de assistir aos mais novos trabalhos de cineastas, astros e estrelas consagrados e também de premiados jovens talentos que imprimem diversidade e originalidade ao cinema francês. Entre as produções, destacam-se três filmes da nova geração francesa de cineastas, designada várias vezes pela crítica de “nouvelle guarde”: “Custódia” (Jusqu'à la garde), de Xavier Legrand, que acompanha a disputa entre um casal pela guarda do filho.

O longa foi vencedor do Prêmio de Melhor Direção e Melhor Primeiro Filme no Festival de Veneza. “A Excêntrica Família de Gaspard” (Gaspard va au mariage), de Antony Cordier, comédia melancólica sobre o adeus à infância, desejo e tempo. “O Poder de Diane” (Diane a les Épaules), de Fabien Gorgeart, em que uma mulher concorda em gerar o filho de um casal de amigos homossexuais, abordando com humor e ternura a temática dos novos modelos familiares.

Também obras de jovens cineastas, dois filmes de gênero pouco comum na França têm como cenário uma Paris pós-cataclismo. Ao mesmo tempo uma sátira social e um filme de zumbis, o longa de Dominique Rocher “A noite devorou o mundo” (La nuit a dévoré le monde) mostra a cidade invadida pelas criaturas, com um único ser humano tentando sobreviver.

Na mesma veia, “O Último Suspiro” (Dans la brume), do quebequense Daniel Roby, mostra uma família tentando se salvar após uma contaminação química, com Romain Duris no papel principal.

Será apresentado o último filme de François Ozon: “O Amante Duplo” (L’amant double), um thriller exibido na seleção oficial do Festival de Cannes com a bela Marine Vacth em romance erótico com Jérémie Renier, que desempenha duplo papel na trama. O ator também estará no festival como diretor pois assina, ao lado do irmão Yannick Renier, a direção do suspense “Carnívoras” (Carnivores), sobre a relação conflituosa de duas irmãs atrizes.

A cinebiografia “Gauguin – Viagem ao Taiti” (Gauguin – Voyage de Tahiti), de Edouard Deluc, traz Vincent Cassel no papel do artista em seu autoexílio no Taiti, onde encontra sua musa Tehura, tema de suas mais importantes pinturas, e local no qual enfrenta solidão, pobreza e doença. Já o drama LGBT “Marvin”, mais recente longa de Anne Fontaine, conta com a atuação de Finnegan Oldfield, um dos jovens atores atuais mais cotados na França. No longa-metragem, ele ainda contracena com a consagrada atriz Isabelle Huppert, que interpreta ela mesma.

O histórico “Troca de Rainhas” (L’échange des Princesses), ambientado em 1721, conta a história da troca de princesas entre França e Espanha para manter a paz entre os dois reinos e traz no elenco os emblemáticos atores franceses Lambert Wilson e Olivier Gourmet.

Pierre Niney, reconhecido especialmente por sua interpretação em “Yves Saint-Laurent”, poderá ser visto atuando como filho de Charlotte Gainsbourg no filme “Promessa ao Amanhecer” (La Promesse de l’aube), adaptado do famoso romance do renomado escritor francês Romain Gary, que foi o único vencedor de dois Prêmios Goncourt. Um dos mais populares atores franceses, o veterano Daniel Auteuil está no longa “Orgulho” (Le Brio), de Yvan Attal, como um explosivo professor que aceita preparar uma aluna da periferia para um concurso de oratória. A protagonista Camélia Jordana, atriz e cantora, chamada na França de “Nova Madonna”, foi premiada com o César 2018 de Melhor Atriz Revelação por esse papel.

Outros dramas que também estão na programação deste ano focarão em questões humanas e sociais. É o caso de “Primavera em Casablanca” (Razzia), que trata de intolerância e aceitação das diferenças, assinado pelo marroquino Nabil Ayouch; de “A Aparição” (L’apparition), de Xavier Giannoli, que investiga a crença e a manipulação de informações ao redor de uma moça que alega ter visto uma aparição da Virgem Maria.

Não faltam ainda as comédias clássicas, dramáticas, românticas, todas com o inconfundível toque francês. Entre elas estão quatro longas-metragens. Ganhador de cinco prêmios Cesar, “Nos vemos no paraíso” (Au revoir là-haut) é uma adaptação do romance de Pierre Lemaître, que conta sobre a amizade entre dois sobreviventes de guerra, que montam um plano para desmascarar um tenente corrupto. Já em “50 são os novos 30” (Marie Francine), de Valérie Lemercier, a diretora também interpreta o papel protagonista de uma mulher que volta a morar com os pais aos 50 anos.

“O retorno do herói” (Le retour du héros), de Laurent Tirard (“O pequeno Nicolau”), traz o premiado ator Jean Dujardin como um covarde e desleal capitão, que se transforma em um herói a partir de uma grande mentira inventada por sua cunhada. Por último, “De Carona Para o Amor” (Tout le monde debout), de Franck Dubosc, retrata a história de um galanteador mentiroso, que se passa por um deficiente para conquistar a amada.

A criançada também não fica de fora, já que vai ter a oportunidade de assistir “A raposa má” (Le grand méchant renard et autres contes), de Benjamin Renner e Patrick Imbert. Ganhador do César de Melhor Filme de Animação em 2018, o longa revela que o campo pode ser nada tranquilo com um coelho que pensa ser uma cegonha, um pato que deseja substituir o Papai Noel e uma raposa que acredita ser uma galinha.

O Clássico – “Z”, de Costa-Gavras

O clássico do Festival Varilux 2018 é um marco do cinema político mundial: “Z”, de Costa-Gavras. Completando 50 anos de sua filmagem, o filme-denúncia foi inspirado no assassinato do deputado pacifista grego Lambrakis, cuja investigação foi escandalosamente encoberta por uma rede de corrupção e ilegalidade.

O roteiro, escrito por Costa-Gavras e Jorge Semprún, retrata o período de incubação do fascismo e das ditaduras militares e revela a fragilidade da democracia diante da mentira como método de governo e da passividade cômoda do povo. O filme, que tem início com uma advertência nos créditos: “qualquer semelhança com eventos e pessoas da vida real não é coincidência, é intencional” se mostra sempre relevante e atual.

O Documentário – “A Busca do Chef Ducasse”

O documentário (gênero sempre presente no Festival) “A Busca do Chef Ducasse” (La quête d´Alain Ducasse), dirigido pelo renomado repórter e documentarista Gilles de Maistre, levará o público numa viagem fascinante nas grandes metrópoles do planeta – inclusive no Brasil – com o mais renomado chef de cozinha do mundo. Esse documentário será exibido também no âmbito das ações educativas, nas escolas e universidades dedicadas à gastronomia.

Mostra de Realidade Virtual

O Festival Varilux de Cinema Francês apresentará pela segunda vez a Mostra de Realidade Virtual, uma seleção com os melhores filmes franceses de realidade virtual, desenvolvidos por líderes em inovação audiovisual na França. A seleção contará com cerca de oito filmes que exploram o potencial da realidade virtual em diversos gêneros como ação, ficção, animação e documentário, para que o espectador brasileiro descubra o universo da criação artística em 360. A ação também contará com uma Masterclass de Realidade Virtual, coordenada pelo cineasta e especialista francês Fouazi Louahem, em Salvador, São Paulo e no Rio de Janeiro.

A Delegação Francesa

Como acontece em todas as edições, convidados prestigiam o Festival e representam seus filmes, participando de debates e eventos em São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói e, neste ano também em Salvador.

Oito atores e diretores desembarcam no Brasil para participar da edição deste ano do Festival Varilux de Cinema Francês. Uma parte da delegação chegará primeiro em Salvador, e se juntará aos demais artistas em São Paulo e no Rio. Nas três cidades, além de participarem das noites de aberturas do evento, apresentam seus filmes em algumas sessões seguidas de debates sobre as obras e estarão em encontros com a imprensa.

Um dos confirmados é o ator e diretor Jérémie Renier, protagonista do filme “O Amante Duplo” (L’amant double), de François Ozon, em que vive papel duplo de um psiquiatra, num romance erótico com a bela Marine Vacth. Ele também é diretor de “Carnívoras” (Carnivores), um drama sobre a relação conflituosa de duas irmãs atrizes, ao lado de seu irmão Yannick Renier, que também virá ao país. Aos dois se juntará uma das protagonistas do filme Zita Hanrot, ganhadora de um César como atriz revelação em 2016.

Para representar a comédia “O Poder de Diane” (Diane a les Épaules), em que uma mulher concorda em gerar o filho de um casal de amigos homossexuais, abordando com humor e ternura a temática dos novos modelos familiares, virão o diretor Fabien Gorgeart e a atriz Clotilde Hesme (“Amantes Constantes” e “Chocolate”). Ela, também premiada com o César de melhor atriz revelação em 2012, inspirou a personagem Diane, criada por Gorgeart, que dirige pela primeira vez um longa-metragem.

Outra dupla presente nesta edição é o diretor Nabil Ayouch e a atriz e roteirista Maryam Touzani, do filme “Primavera em Casablanca” (Razzia), que trata de intolerância e aceitação das diferenças. O longa foi pré-selecionado como representante do Marrocos ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2018. Ayouch, de nacionalidade francesa, filho de pai muçulmano marroquino e de mãe judia Tunisiana, é um dos mais conhecidos diretores de filmes com temática do mundo árabe, tendo sido convidado esse ano para fazer parte da “Academia” (Academy of Motion Picture Arts and Sciences). Maryam Touzani, que é do Marrocos, é jornalista, roteirista, diretora e faz sua estreia como atriz nesse filme, interpretando a protagonista.  

Um dos jovens atores mais elogiados atualmente na França, Finnegan Oldfield (seu trabalho pôde ser conferido no Varilux de 2016 com “Os Cowboys”) também teve seu nome confirmado. Ele apresentará “Marvin”, novo longa de Anne Fontaine, no qual vive um jovem gay que sofre opressão, especialmente por seu pai, e foge de sua pequena cidade para poder encontrar sua verdadeira identidade. Já em Paris, Finnegan contracena com Isabelle Huppert que interpreta ela mesma no filme.