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Bienal de Paris fica mais enxuta e acessível

Os marchands de arte estiveram empenhados em algo similar na 30.ª edição de La Biennale Paris.

Quando Tom Cruise desceu de paraquedas no Grand Palais, em Paris, no filme "Missão Impossível – Fallout", ele aterrissou ali com uma surpreendente delicadeza tendo em vista o salto. Os marchands de arte estiveram empenhados em algo similar na 30ª edição de "La Biennale Paris", a venerável feira de antiquários que ocorre sob o teto de vidro do Grand Palais até o dia 16 de setembro.

No ano passado, a grande novidade dessa Bienal foi a eliminação do termo antiguidades do seu nome e sua mudança para uma apresentação anual – grandes transformações, uma vez que a feira estreou em 1962, criada pelo escritor e ministro da Cultura da França André Mauraux.

Esse ano, a grande mudança foi a diminuição no número de marchands, de 94 para 62. “É um grupo menor de galerias, mais na tradição da Bienal quando a conheci pela primeira vez.”, disse Christopher Forbes, presidente da feira.

Segundo o colecionador americano e herdeiro da editora que leva o mesmo nome, a edição deste ano também corrigiu um inconveniente na organização das galerias. “Se tivesse de criticar alguma coisa diria que era o layout.”, disse ele.

Para Forbes, salvo esse aspecto, a resposta às mudanças em 2017 foi positiva. “A participação do público aumentou 8,5% e a feira foi bastante lucrativa. E essas são boas indicações a seguir.”

Naturalmente, quando os objetos são luxuosos, como uma poltrona do Século 18 ou um relógio raro, o número de pessoas importa menos do que o tipo de visitante.

A feira, cujo foco é a arte mais antiga, mas também aceita obras contemporâneas, é conhecida pelo exame rigoroso das peças, submetidas a um processo pelo qual é avaliada a autenticidade das obras de arte. “Eles são muito meticulosos.”, disse Marianne Rosenberg, da Rosenberg & Co. de Nova York, que expõe na Bienal pela primeira vez. “Eles amam certificados.”

A feira é organizada pela Federação Nacional dos Antiquários, conhecida por sua abreviação francesa SNA, mas os objetos são investigados e aprovados por uma comissão separada. “O exame das obras é totalmente independente.”, disse Mathias Ary Jan, presidente da SNA.

“A SNA não pode desautorizar a investigação. E ela foi reforçada este ano.” Ele também é um expositor e sujeito a esse exame. Sua galeria em Paris é especializada em objetos do final do Século 19 e início do Século 20. Entre as 25 peças do seu estande há um guache de 1949 do famoso pintor francês Jacques Majorelle, Kasbahs dans la Région de Ouarzazate, Maroc.

Esta mostra foi projetada pelo diretor artístico convidado pela Bienal, o estilista Jean-Charles de Castelbajac. Ele criou um espaço com bandeiras coloridas penduradas que criam uma forma de tenda em torno dos objetos.

Embora o ambiente fechado de peças caríssimas e compradores abastados possa ser bom para o crescimento das vendas, a Bienal vem empreendendo esforços para alcançar um mundo mais amplo, também.

Os organizadores observam que simultaneamente ocorrem a Paris Design Week e a feira de design Maison & Objet, e a ideia é de que a cidade inteira é um centro dos que amam objetos de luxo. E pela primeira vez a Bienal faz parte do European Heritage Days, uma iniciativa que se ampliou para todo o continente com o objetivo de abrir as atrações culturais para o público.

“Deste modo a feira parece mais acessível e menos elitista”, disse Forbes.