Quando se fala em transformação digital, a primeira ideia que vem à cabeça é o potencial que a tecnologia tem para melhorar o desempenho das empresas, otimizando processos, aumentando receitas, reduzindo custos ou mesmo criando oportunidades para novos negócios e novas fontes de remuneração.
Segundo analistas, até o final do ano passado, enquanto 70% das organizações no primeiro e segundo setor já apresentavam algum tipo de iniciativa visando a jornada digital (menos nas organizações não governamentais), a adoção de estratégias digitais não passou de 10%.
Se o ritmo alucinante da evolução tecnológica está mudando de forma tão radical a forma das empresas fazerem negócios, como nós vivemos, trabalhamos e nos divertimos, por que não mudar também a forma como o terceiro setor capta fundos paras suas ações?
Por que não podemos mudar também o modo como damos nosso apoio, doamos ou ajudamos estas organizações?
A transformação digital impacta, impulsiona o desempenho ou até viabiliza qualquer organização. Das grandes às médias ou mesmo pequenas organizações.
Já está na hora das organizações sem fins lucrativos inovarem seu modelo de gestão de doadores, voluntários e beneficiários, no sentido de aumentar dramaticamente o valor e impactos positivos entregues à sociedade.
Enquanto no mundo comercial a preocupação está nos investidores, no terceiro setor os doadores devem ser o foco. Governança, transparência e resultados valem da mesma forma para a tomada de decisão de comprometer ou não fundos para determinada causa.
Se em uma empresa a transformação digital cria novas formas de lidar com processos, novos produtos ou serviços, em uma organização sem fins lucrativos poderia significar uma inovação efetiva para fornecer ajuda ou defender causas.
O uso das informações e o poder dos dados com instrumentos da transformação digital fomentam negócios, encontram clientes ou indicam as melhores ofertas. Sendo assim, também podem encontrar as melhores oportunidades de ajuda, os problemas a serem resolvidos e quem são aqueles que melhor poderiam ajudar. Financiadores, doadores, especialistas ou voluntários.
Mesmo com os desafios enormes que as organizações do terceiro setor enfrentam, precisam encontrar formas de sobrevivência. Para isso, devem considerar as profundas mudanças necessárias que irão definir seus futuros em uma sociedade cada vez mais digital.
Mas, como qualquer outra organização no mundo comercial, aquelas sem fins lucrativos também precisam integrar o pensamento e a jornada digital em sua cultura, na capacitação de seus colaboradores e na forma de operar.
Isso exige que suas lideranças sejam capazes de vencer as resistências, e, com isso, agregar e impactar de formas muito mais abrangentes, intensas e definitivas o mundo a sua volta.