Quase cem funcionários da companhia estão assinando uma petição desde segunda-feira, 24, para que a empresa não patrocine e nem participe do evento.
Os colaboradores do Google estão pedindo que a organizadora da Parada do Orgulho LBGTQ+ de São Francisco, deste fim de semana, expulse a companhia da comemoração, aumentando a pressão sobre a gigante da internet para reformular seu tratamento on-line contra o discurso de ódio.
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“Sempre que pressionamos por mudança, somos informados apenas que a empresa vai ‘dar uma boa olhada nessas políticas'.”, escreveram os funcionários em uma carta enviada à diretoria organizadora da Parada de São Francisco, na quarta-feira, 26.
“Mas nunca nos dão o comprometimento de melhorar, e quando perguntamos quando essas melhorias serão feitas, sempre nos dizem para sermos pacientes. Nos dizem para esperar. Para uma grande empresa, talvez a espera seja prudente, mas para aqueles cujo direito de existir está ameaçado, dizemos que não há tempo a perder, e já esperamos demais.”, completa o comunicado.
A petição, que também será postada on-line, pede que o Google seja descartado como patrocinador do desfile, assim como excluído de estar presente no evento.
O Google está sob fogo sobre como respondeu a piadas homofóbicas e racistas feitas no YouTube pelo comediante e comentarista conservador Steven Crowder.
O YouTube disse no começo do mês que os clipes de Crowder não violavam suas políticas. Após críticas de alguns funcionários do Google e de outras pessoas on-line, a empresa suspendeu a capacidade do canal de ganhar dinheiro.
Susan Wojcicki, diretora-executiva do YouTube, comentou que sabia que as ações da empresa tinham sido “muito dolorosas para a comunidade LGBTQ”, mas que a proibição de Crowder a colocaria em um impasse, com milhões de pessoas perguntando “E quanto a essa?”, em relação a outros vídeos provocativos.
Isso não influenciou alguns funcionários do Google. Enquanto o serviço de vídeo do Google “Permitir abuso, ódio e discriminação contra a comunidade LGBTQ+, então a Parada não deve oferecer à empresa uma plataforma que apresente um verniz em arco-íris de suporte para essas mesmas pessoas.”, escreveram os funcionários na carta, na qual a Bloomberg News teve acesso a uma cópia.
Alguns colegas de trabalho estavam preocupados que chutar o Google para fora da Parada poderia negar a eles a possibilidade de marchar no desfile. Então, os funcionários fizeram um acordo: Protestaram contra o YouTube enquanto marchavam no contingente do desfile do Google. Mas, segundo a carta, a gerência do Google disse à equipe que isso violaria o código de conduta da empresa.
“Eles alegam que a Parada é sua representação oficial e não podemos usar sua plataforma para expressar uma opinião que não é sua opinião. Em resumo, eles rejeitaram qualquer compromisso.", escreveram os funcionários na carta. Uma porta-voz do Google não respondeu a pedidos de comentários sobre a orientação da empresa aos funcionários sobre o evento.
A coleta de assinaturas para a petição começou na segunda-feira, 24, de acordo com uma pessoa envolvida, depois que um dos líderes de inclusão na comunidade LGBTQ+ do Google informou a um funcionário ativista que a equipe não poderia protestar enquanto participava do desfile do Google.
Essa proibição pode violar a lei federal que protege o ativismo no local de trabalho e a lei da Califórnia que protege a atividade política dos funcionários, de acordo com especialistas jurídicos.
Isso se configura se os funcionários “Sentirem que tolerar discursos de ódio na plataforma os fazem se sentirem vulneráveis ??ou desrespeitados no trabalho.”, comentou Catherine Fisk, professora de Direito da Universidade da Califórnia.
Os nomes completos dos funcionários serão publicados com a carta. “Nós consideramos a possibilidade de que nosso empregador nos puna por assinar esta carta, ou que os defensores desses mesmos que nos atacam, nos ataquem pessoalmente ou on-line, simplesmente por nos manifestarmos contra eles.”, escreveram eles. “Apesar desses riscos, somos obrigados a falar.”, conclui o comunicado.
A petição dá continuação a uma onda de ativismo de alguns funcionários do Google, empresa da Alphabet.