O mundo dos negócios é extremamente competitivo e exige que objetivos estejam bem delineados para apoiar e conseguir o alcance dos resultados (tangíveis ou intangíveis); para tal, traçar metas, analisar o ambiente, conhecer os perfis de clientes, ter um produto de qualidade e inovador, trazendo um custo X benefício, ufa, aposto que estes termos estão presentes nos briefings de eventos de todos os que estiverem lendo esse artigo.
Não é de hoje, mais um elemento tem aparecido relacionado à relevância das ações de comunicação, o tal do marketing de propósito. Não me refiro a uma ação social de troca de lata de leite em pó por ingresso – apesar da ação assistencialista ter seus méritos – falo do conceito de Propósito, bem resumido por Joey Rieman*: “Quando uma marca tem propósito, não compramos simplesmente o seu produto, aderimos a ideia.”
Isso quer dizer que as pessoas-clientes estão atentas a tudo, inclusive o quão engajada com questões latentes ao mundo moderno as empresas estão, seja relacionada à diversidade, equidade, inclusão, produção e consumo consciente, ética, meio ambiente, bem estar, saudabilidade, entre outros, mas é preciso que haja transparência nas ações criadas não somente pro forma, mas genuínas, pois isso demonstra que eventos realizados ou patrocinados pelas marcas se preocupam não só com o ROI (return of investiment), mas também com o RODG (Return of Doing Good) não por querer ser “boazinha”, mas porque elas se preocupam com o amanhã, com os seres humanos sejam eles clientes ou não clientes, com o planeta e porque esses itens são elementos considerados importantes pelos consumidores ou prospects e quem se engajar nisso tem sua predileção.
78% querem que as empresas tratem de questões importantes de justiça social;
87% compram um produto porque uma empresa defende um problema com o qual se preocupam (Cone communication Research – 2017).
E temos tido bons exemplos de ações das mais simples as mais elaboradas:
– Ou copo no material de congressistas, mas na hora do lunch box o conceito de sustentabilidade também deve ser aplicado, portanto, talheres e pratos de bagaço de cana de açúcar, madeira, papelão, biodegradáveis entre outros e atenção na embalagem também para sermos coerentes;
– Aquele crachá que tem utilidade somente durante a o evento pode ter um ponto de reciclagem na saída, idem para as sobras de materiais de cenografia que podem virar bolsas, pufs, para o próprio evento ou terceiros ou até mesmo ONG´s e entidades;
– Ações de team building, importantes em treinamentos corporativos com apelo de conscientização, como a construção de bicicletas que exploram vários elementos comportamentais no processo de montagem, mas que depois são entregues às crianças de entidades do entorno do hotel?cidade próximo ao evento;
– Empresas de transfer já oferecendo frota de carros e vans elétricas, diminuindo em até 80% a emissão de gases do efeito estufa;
– Patrocinar um evento e fazer ações in loco é comum, mas ampliar o alcance desse evento para quem não tem condições de assisti-lo é uma forma de expandir o acesso e a emoção do mesmo, como feito pela Brahma na Copa de 2014 “Onde tem Brasil, tem Copa. E onde tem Copa, tem que ter festa” levou para 700 cidades que não tem luz, eventos com telão para que habitantes distantes pudessem sentir a emoção de uma Copa do Mundo com qualidade https://www.youtube.com/watch?v=jhLByttmqcc o conceito estava tão enraigado que em 2018 num co-branding com a Vivo, a marca de cerveja proporcionou internet móvel via caminhões em 100 cidades durante os jogos do Brasil perpetuando o enfoque estratégico do patrocínio. https://www.youtube.com/watch?time_continue=86&v=hI537UJgVg,
São só alguns exemplos para ilustrar possibilidades de imprimirmos o propósito não só no discurso, mas engajado e alinhado com o conceito do evento e a marca, trazendo significado e fazendo a diferença que é percebida pelas pessoas e o planeta.
Os resultados são importantes e precisam ser alcançados, mas os valores e a essência de seus significados precisam ser contemplados também. Por isso, não esqueçam de colocar esse item no seu check list conceitual e operacional se quiser ter sucesso e colaborar um pouquinho nas questões que impactam o nosso cotidiano e agradar os seus clientes.
Autor dos livros: Ideias e Propósito – Por Que Ele Engaja Colaboradores, Constrói Marcas Fortes e Empresas Poderosas.
Por Líbia Macedo.