A Heineken revelou que fez um acordo para a venda de seus ativos e a saída definitiva da Rússia, o que a torna uma das poucas marcas a ter sucesso na retirada do país, desde que Vladimir Putin alterou as regras para empresas deixarem o território russo.
A cervejaria holandesa realizou a venda de suas operações, que incluíam sete cervejarias, ao Arnest, grupo de embalagens e de bens de consumo com sede na Rússia, pelo preço de €1, em uma negociação que trará prejuízos na casa dos €300 milhões. O processo começou em março de 2022 e, conforme um comunicado da Heineken, passou por todas as aprovações exigidas.
A-Heineken está impedida de recomprar ou voltar à Rússia e, de acordo com a marca, a venda e prejuízo financeiro não terão impactos significativos nos lucros da companhia por ação, e não trará mudanças nos resultados do ano.
Putin assinou um decreto, em abril de 2023, que tornou mais difíceis as tentativas de algumas marcas saírem da Rússia. O documento permite ao país tomar o controle estatal temporário de empresas de estados que sejam considerados hostis com a Rússia, incluindo os Estados Unidos e seus aliados.
“Foi algo bastante complexo”, declarou Dolf van del Brink, CEO da Heineken.
“Existia um risco verdadeiro de um processo de nacionalização”, completou.
A Heineken enfrentava pressões dos consumidores para deixar a Rússia, que era responsável por 2% das vendas no mundo inteiro, e a marca queria fazer isso faz mais que um ano, sem obter lucros com a transação.
Conforme o que foi acordado, a nova dona não poderá vender a marca Heineken nem a Amstel na Rússia.
A Heineken possuía aproximadamente 1800 funcionários na Rússia e a Arnest garantirá emprego a eles pelos três anos seguintes, de acordo com o CEO da Heineken. A compradora também vai assumir aproximadamente €100 milhões em dívidas das operações da Heineken.
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