Quanto mais ações sociais existirem, maiores serão as chances de ver o mundo se transformando em algo bom para todas as pessoas. No entanto, nem sempre isso acontece.
Na época do Natal, inúmeras são as ações de marketing social que pipocam em todos os meios de comunicação. Isso até passa a impressão de que todos são bons e se preocupam diariamente com o bem-estar dos menos favorecidos.
O mesmo acontece quando se aproxima o Festival Cannes Lions, afinal, que marca ou agência não quer levar um Leão para sua casa e colocá-lo em destaque na sua estante?
Promoview criou a categoria Marketing Social justamente para dar mais destaque às boas ações, afinal, quanto mais elas forem propagadas, maiores são as chances de outras marcas pegarem carona nas ideias apresentadas e também fazerem a sua parte.
O mundo clama por ajuda. Existe miséria e fome nos quatro cantos do mundo, e, se uma grande empresa tem condições de ajudar e fazer com que outras sigam o seu exemplo, temos mais é que divulgar essas ações.
No entanto, a pergunta que se faz é: Quantas marcas realmente fazem uma ação de responsabilidade social por isso fazer parte do seu DNA e quantas o fazem apenas para aparecer na mídia e ter os seus impostos diminuídos?
Estamos vivendo nesse início do ano 2020 a maior pandemia já vista no mundo. O Coronavírus está acabando com a economia de vários países, inclusive o nosso, e, muita gente já está, ou ainda vai morrer de fome.
Mal começaram a divulgação das notícias sobre o novo Coronavírus – Covid-19, para as marcas começarem a fazer as suas ações sociais. Ótimo! Uma foi seguindo o exemplo da outra e várias belas atitudes já foram realizadas.
Agora, vem mais uma pergunta: Essa ajuda está indo para realmente quem precisa ou, mais uma vez as marcas estão querendo passar a imagem de boa samaritana para lá na frente colher em dobro os frutos do que plantou sob a máscara de ação social?
Quando o álcool em gel passou a ser um dos itens principais para se prevenir contra o Coronavírus, a Ambev foi a primeira marca a se pronunciar que iria produzir o produto para distribuir em hospitais e centros médios. Logo em seguida, perde-se a conta de quantas outras marcas começaram a fazer o mesmo.
Depois disso, foi a vez de todos ficarem em casa para evitar a contaminação em massa. Conclusão: Todo o comércio fechou. Para os profissionais que podiam realizar o seu trabalho em casa, tudo tranquilo, mas, e para os que ficaram desempregados da noite para o dia? Situação muito triste.
Mais uma vez apareceram as marcas fazendo as suas boas ações. O primeiro destaque foi doar lanches para os profissionais da Saúde que estão na linha de frente. Nessa onda entrou McDonald’s, Burger King, Rappi, entre tantos outros.
Parabéns. Mais uma bela atitude. Mas aqui vem mais uma pergunta: Por que doar para quem pode comprar? Apesar de todo o respeito que os profissionais da Saúde merecem, a doação tem de ir para quem ficou sem trabalho, os moradores das favelas (onde muitos sempre passam fome), os motoristas de caminhão que não encontram restaurantes abertos para fazerem as suas refeições, os moradores de rua, entre tantos outros necessitados.
Nesse ponto, destaque para a Subway que, além de distribuir lanches para os profissionais da Saúde, também fez para instituições de caridade.
Não querendo entrar na seara da política, mas já entrando, quem tem de suprir as necessidades dos hospitais nesse momento (e porque não dizer sempre) é o Governo. Não cabe à iniciativa privada fazer isso. Impostos caros são cobrados de toda a população, e, se a corrupção dos governantes desvia o dinheiro que seria para a Saúde, não é o povo quem tem que pagar mais uma conta.
Não vi, até agora, nenhum político, cantor ou jogador de futebol famoso fazendo uma grande doação, aliás, sequer preocupados com o que está acontecendo eles estão.
Ops! Estou mentindo. Alguns jogadores doaram camisas para serem leiloadas. Ou seja, eles doam algo que nem pagaram, e o povo é que vai ter que dar dinheiro para ajudar aos mais necessitados.
O mesmo ocorre com alguns cantores que estão disponibilizando shows on-line, porém, nunca vi nenhum fazendo um show de graça para a população mais carente, e, em contrapartida, tem marca fazendo campanha para ajudá-los a ganhar dinheiro enquanto não podem retomar aos seus shows. Chega a ser hipocrisia.
Enfim! Toda essa situação é muito polêmica. Se formos esperar pelo Governo, todos morrem de fome. Não falo especificamente desse atual, mas no que depender de políticos no Brasil com atitudes que realmente pensam no bem-estar do povo, a miséria será bem maior.
Em relação às marcas, elas estão certas em querer mostrar as suas boas ações, porém, é preciso que sejam revistas, ou seja, não doar para quem já tem ou para quem a ajuda tem de partir dos órgãos oficiais.
Ninguém sabe até quando essa triste situação causada pelo Coronavírus irá persistir. O momento é de unir esforços, com os que podem doando a quem realmente precisa. O momento não é de fazer mídia. É de ajudar o próximo.
Uma última pergunta: Alguém sabe dizer se os colaboradores das marcas que estão fazendo suas doações para estranhos estão sendo amparados?
Promoview continuará divulgando toda e qualquer ação social seja em detrimento de quem for, porém, estará sempre na torcida para que o beneficiado seja sempre os que estão em vulnerabilidade social.