Desde que me entendo por gente e profissional que, de tempos em tempos há algumas “modas”, tais como metodologias, modelos de estruturas, expressões, etc.
Até aí normal, faz parte da evolução. Com a tecnologia, o ritmo das “novidades” se intensificou e temos a sensação de vivenciar muitos mais fatos, tarefas e realizações no mesmo espaço de tempo.
Com o Covid-19, veio mais uma avalanche de reflexões e modismos: ressignificação, novo normal, valores, novo propósito, empatia, enfim, pensamentos que deveriam ser incorporados e colocados em prática SEMPRE.
A pandemia serviu como mais um catalisador de alguns efeitos manada que atingem as organizações e a comunicação das empresas e marcas. Tudo se torna parecido e lugar comum com muito discurso, mas uma prática que não reflete as palavras.
Fico-pensando nas mudanças que aconteceram em outras épocas antecedentes a nós e como isso afetou a sociedade; imagine o impacto da luz elétrica, das ferrovias, do telefone, do avião, do rádio, da TV… a cada uma delas, a expectativa de “que nada será como antes”.
Um tempo depois, a descoberta já foi absorvida e começou a influenciar e gerar outros hábitos e atitudes. Creio que a internet e o mapeamento do DNA foram as inovações que mais causaram consequências ao nosso mundo atual, mas o que o Ser humano se modificou ao longo do tempo, em sua essência?
Uma mudança grande no comportamento do Ser humano que percebo, a partir dos anos 70, foi a incorporação da adolescência na vida das pessoas. Antes disso, partia-se da infância para a vida adulta repentinamente: começava-se a trabalhar ou criar uma família muito cedo.
Temos vários exemplos de pessoas brilhantes e realizadoras que começaram muito cedo, tanto no Brasil como no mundo e em muitas áreas.
De Pixinguinha a Miles Davis; do Barão de Mauá à Luiza Trajano, vemos pessoas que assumiram as rédeas de sua vida e responsabilidades muito cedo, seja por necessidade ou vocação. Onde quero chegar: as grandes mudanças são provocadas pelas pessoas e por mais que guerras, doenças, desastres naturais gerem consequências fortes, a forma como nos posicionamos diante dos fatos é que determina o que muda nas relações humanas, e, por consequência, na esfera profissional.
Percebo ao longo dos anos lideranças e profissionais mais fracos, seja nos negócios, na política, nos esportes, nas organizações em geral.
A falta de desafios e responsabilidades desde o início da vida, posterga a tomada de decisões do indivíduo, seja para seu próprio rumo ou diante das decisões no ambiente profissional.
Como a expectativa de vida aumentou muito, cada vez mais essa fase “adulta” demora a iniciar, contribuindo para a angústia, indecisão e medo de errar constante.
Superficialidade, distância e falta de compromisso com negociações assumidas. Como meu negócio, além de ser pequeno, tem como essência a relação com os pequenos negócios, percebemos isso na prática.
O que fazer diante disso? Tentar estimular uma mudança de postura nas próximas gerações; orientar e empurrar os jovens para correr riscos, assumirem seus papéis e serem responsáveis por suas decisões.
Para ser um bom líder tem que arriscar, errar, corrigir, reaprender. Isso ainda não mudou, apesar da tecnologia… ela é meio e não fim. As interações são mais necessárias do que nunca, apesar de parecer o contrário.
Estimular as pessoas desde cedo a tomarem decisões não significa deixar de brincar, divertir, mas usar cada momento como um aprendizado. Aliás, nenhum adulto deveria deixar de brincar e se divertir… isso melhora o humor, a criatividade e a forma de encarar as dificuldades.
Então, vamos em frente nos divertindo e assumindo os riscos e as responsabilidades que felizmente a vida nos traz… Mais atitude e menos discurso!
Dica: Documentário Netflix – “Arremesso Final” sobre Michael Jordan e o hexa do Chicago Bulls. Sensacional!!!