Experiência de Marca

Governança

Este 2020 trouxe crise generalizada, mas também expôs fragilidades que estavam de alguma forma escondidas.

Nos últimos 20 anos, o termo governança corporativa se tornou rotineiro e cada vez mais utilizado no meio empresarial. 

Ao longo do tempo, o tema foi criando uma “bibliografia”, com a criação de especialistas, cursos, práticas, normas e códigos. 

Tudo isso foi se tornando necessário para que denominações e certificações pudessem ser concedidas às empresas, de acordo com o seu segmento, condição societária e modelo de negócio. Inclusive no setor público, origem do termo, os processos e ferramentas de governança tem cada vez mais visibilidade; ou pelo menos deveriam ter…

Não sou especialista nisso e tampouco a minha empresa, um pequeno negócio no segmento de entretenimento e ativação de marcas, tem a demanda de ferramentas sofisticadas de governança. Mas, se eu tivesse que explicar para um grupo de adolescentes o que é governança, da forma mais simples e inteligível possível, eu diria que é  o conjunto de regras e acordos que definem como se dá a tomada de decisões em uma organização, seja ela pública, privada, com ou sem fins lucrativos. Bom, então isso se aplica a quase tudo, certo?

Porque resolvi falar sobre isso? Este 2020 trouxe crise generalizada, mas também expôs fragilidades que estavam de alguma forma escondidas. 

Todos nós temos algum caso de empresa que já ia quebrar e acelerou, outra que estava bem e desistiu, outra que estava mal e encontrou oportunidade de melhorar… isso para falar de empresas. 

No aspecto pessoal então, tem de tudo… já vi casamentos acontecerem, separações, mudanças físicas, de comportamento, enfim, nada como uma reflexão para provocar mudanças… E o que tem isso a ver com governança? Tem a ver com tomada de decisão!

Como tomar decisões importantes, que impactarão no futuro da empresa sem ter claro o desenho de quem tem autoridade e responsabilidade para estas decisões? 

Pode parecer simplório este questionamento, mas a grande maioria das pequenas empresas não tem claros alguns papéis e níveis de decisão quando não se tem o consenso, do tipo:

·         Quem pode contrair empréstimos?

·         Quem pode vender a empresa ou participação?

·         O quanto pode ser vendido/comprado e a que valor?

·         Quem pode contratar diretores?

·         O que fazer se um dos sócios morrer?

·         Como viabilizar a saída ou entrada de um sócio?

·         Em caso de impasse, quem dá a palavra final?

·         Qual a estratégia de longo prazo da empresa? Crescer, ficar do mesmo tamanho? Fechar?

Estas são questões que se aplicam a qualquer negócio em algum momento, não são “privilégio” de grandes empresas. Que tal aproveitar esse momento de ritmo mais lento que está ocorrendo com várias empresas para pensar se seu negócio tem as respostas para estas questões?

Há consultores que podem auxiliar de forma simples nessas reflexões e uma vez alinhados os caminhos que querem trilhar, colocar tudo no papel, para que todos os envolvidos tenham claro o consenso atingido. 

Para isso, um advogado societário pode ajudar. É a garantia que não haverá problemas? Não, mas é um caminho a trilhar. 

Eu acredito que os negócios precisam ser maiores que as vontades individuais e acho que sempre vale a pena buscar perenizar o negócio, desde que as partes envolvidas tenham este mesmo olhar. Se não der, buscar uma saída que deixe todos em paz e prontos para o Novo, porque ele sempre vem, de uma forma ou de outra.

 

 

Dica de entretenimento: livro – A Menina da Montanha.  Fala sobre a decisão de vida de uma americana, que nunca havia pisado em uma sala de aula até os 17 anos e que chegou a Harvard e Cambridge. Nunca é fácil mas se sabemos onde chegar, ajuda no processo decisório!