“A-modernidade imediata é “leve”, “líquida” e “fluida” é infinitamente mais dinâmica do que a modernidade “sólida” que suplantou. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana.” – O trecho é parte da obra de Zygmunt Bauman, que esclarece como se deu essa transição, compondo uma análise brilhante e profunda sobre as condições sociais e políticas, que nos leva a repensar com urgência os conceitos e esquemas cognitivos aplicados na experiência individual humana e sua história conjunta.
Esta “modernidade líquida” pode ser traduzida no conceito VUCA – empregado na década de 90 pelo U.S Army War College (Colégio de Guerra do Exército dos Estados Unidos)-, para explicar o mundo no cenário pós-Guerra Fria.
O acrônimo das palavras em inglês Volatility, Uncertainty, Complexes e Ambiguity (em português: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, respectivamente) se faz presente ainda hoje em um ambiente altamente crítico e que nos desafia a nos tornarmos melhores líderes e gestores.
Particularmente,-brinco e chamo esse conceito de “MUVUCA”, tudo junto e misturado. No entanto, compreender cada um destes termos e saber interpretar como eles se aplicam no universo corporativo é extremamente importante para que as empresas definam estratégias capazes de minimizar os efeitos do mundo VUCA.
Entre eles, podemos destacar como principal: A dificuldade de elaborar um planejamento diante das constantes mudanças do mercado.
Dificuldades de expansão diante de cenários complexos
Organizações tradicionais podem prosperar mesmo diante de questões aparentemente desfavoráveis para o seu crescimento, mas podem enfrentar obstáculos em diferentes situações, como:
– Manter a relevância ao ter que enfrentar o surgimento de novos modelos de negócios ou de uma concorrência;
– Introduzir um novo produto ou serviço no mercado, considerando incertezas de receptividade por parte do consumidor;
– Expandir a atuação da empresa em ambientes complexos, como em países com questões políticas e econômicas desfavoráveis;
E, por fim, conceber um novo modelo de negócio ou lançar a marca em um mercado emergente.
Não há escolha: Ou você se reinventa ou será engolido.
Para viver e enfrentar os desafios desse mundo complexo é fundamental adotar a diversidade multiperspectivas. São esses aprendizados que levarão à resolução dos problemas.
Trata-se de um conjunto de verdades, de conhecimentos e pontos de vistas, que, quando combinados, ou inter-relacionados nos torna mais preparados para gerar algo novo e capaz de solucionar questões críticas desse mundo “MUVUCA” que, na verdade, é líquido.
Nenhum indivíduo detém todo o conhecimento, seja na sociedade ou em uma organização. Vivemos o modelo cartesiano de pensamentos fracionados, segmentados e departamentalizados – no mundo corporativo, o que chamamos de “silos”.
Não há conversas ou interatividade. Entretanto, é fundamental que haja a troca, compartilhamento de experiências e informações, visando a construção de novo saber. Mas como?
Precisamos despertar a consciência para esse tema. É no diálogo que identificamos essa capacidade de construir. Uma conversa na qual possa abrir mão, muitas vezes, dos próprios conhecimentos e genuinamente entender o outro. Ter empatia pela outra pessoa é perceber que o conhecimento dela pode transformá-lo.
Empresas, seus líderes e gestores precisam estar abertos a isso, pois é por meio dela que comprovamos a soma de saberes, nos possibilitando ir além do que já fomos.
Não existe mais a figura do gênio solitário (professor, chefe). Aliás, a solidão de um líder, muitas vezes é provocada por ele mesmo quando não é capaz de criar um ambiente colaborativo, que estimule o compartilhamento e a interação.
Como disse o futurista Alvin Toffler “Os analfabetos do futuro não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.”