Em 2021, a um.a diversidade criativa completa 25 anos. Celebrar os resultados de um negócio responsável e sustentável, que sobrevive há mais de duas décadas e segue evoluindo, é motivo de grande orgulho para todos nós. Mas, infelizmente, as coisas não vão tão bem assim no mercado, de forma geral.
Estudos mostram que mais de 60% das empresas não sobrevive aos primeiros cinco anos de vida. E quando falamos do live marketing, um mercado muito pulverizado, composto especialmente por empresas de pequeno e médio porte, além de muitos empresários e empresárias que mantêm o umbigo coladinho no balcão fazendo o atendimento e a gestão das suas agências, esse número pode ser até maior.
São empreendedores de um mercado que, pela gestão centralizada, não conseguem se articular e atuar de forma coletiva, em prol da organização e do fortalecimento de sua indústria.
Agências-que, para sobreviverem e por conta da guerra predatória com a concorrência, seguem o ritmo e as regras dos baixos valores impostos pelos clientes.
A soma de tantos esforços e poucos resultados apresentados, principalmente pelas médias e grandes agências, mostra que cada vez mais estes são tempos de repensarmos nossos modelos de negócio.
Em 1996, quando começamos, não existia o live marketing e todas as ferramentas que hoje transformam para melhor as experiências das pessoas e dos negócios, mas penso que a maior transformação aconteceu mesmo com as pessoas que estão presentes e que lideram o nosso mercado. Estas estão transformando as agências em coletivos de soluções para seus clientes.
A pandemia parece ter igualado o tamanho das empresas e agora o mais importante não é o porte da agência, mas sim sua capacidade de conectar pessoas, curar conteúdo e dominar a tecnologia.
Migramos de uma gestão mais burocrática e de grandes estruturas para as soluções mais simples e ágeis, pois não existem recursos disponíveis para desperdiçar com coisas que não estejam a serviço ou sejam úteis para as pessoas, os negócios ou a sociedade.
As métricas, que antes buscavam mensurar os resultados dos investimentos planejados no passado, agora apontam caminhos para viabilizar novos negócios e buscam oportunidades mais conectadas à realidade destes novos tempos.
O ritmo das transformações e mudanças, antes traumáticas no dia a dia dos negócios, agora faz parte dos processos de inovação das agências. É um movimento disruptivo de fora para dentro, mas que acontece de maneira organizada e positiva.
Colaboradores, talentos e os famosos freexos de uma agência agora podem ser recursos remotos, temporários e on demand, podendo atuar de acordo com as liberdades, possibilidades e necessidades de agências e clientes.
Os ativos próprios e exclusivos, que antes eram diferenciais e orgulho das agências, agora são recursos alavancados no mercado, de acordo com a necessidade e especialização do job que estão realizando.
Até mesmo a ineficiência de uma operação, que antes não era especialidade de uma agência, agora, em rede, pode se transformar em eficiência de escala e garantir o ganha-ganha-ganha de toda uma cadeia de empresas envolvidas.
Por fim, nosso foco, que antes estava nas obrigações, nas metas ou no resultado dos negócios, agora se volta para as necessidades e os desejos das pessoas que representam os clientes de nossos clientes.
Com isso, nosso goal e nossas possibilidades ficaram ainda mais amplas. Não basta turbinar o sucesso do negócio. O objetivo agora é agregar valor ao negócio.
Esses são tempos positivos, em que os monopólios estão perdendo o poder e dando mais espaço para os ecossistemas. Que nos próximos 25 anos possamos criar agências mais diversas, inclusivas e conectadas à realidade.