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Desenvolvedores de Valheim falam sobre sucesso do game

O game que mistura o gênero de sobrevivência e lendas vikings está há oito semanas no topo ranking de vendas da Steam.

Até 2 de fevereiro, pouca gente tinha ouvido falar de Valheim, um pequeno jogo independente desenvolvido por uma equipe de cinco pessoas nos últimos três anos. Dois meses – e 6 milhões de cópias vendidas – depois, a realidade é bem diferente.

O game que mistura o gênero de sobrevivência e lendas vikings assumiu a liderança no ranking de vendas da principal loja digital do mundo, a Steam, desde seu lançamento e não saiu mais. Já são oito semanas no topo.

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Um sucesso tão grande vindo de um game surpreendeu a todos – inclusive seus criadores, que estavam confiantes, mas não tanto. Afinal, as projeções equiparavam o jogo a outro hit indie da Coffee Stain Studios, responsável pela publicação de Valheim.

“Definitivamente foi além das nossas mais loucas expectativas. Mais especificamente, estávamos contando com mais ou menos os números de ‘Deep Rock Galactic’. Então pensamos: ‘Isso vai ser ótimo. Conseguimos. Outro sucesso’.”, disse Sebastian Badylak, produtor-executivo do jogo, em entrevista ao G1.

Ou-seja, a ideia era que o lançamento conseguisse números bons o suficiente para um jogo independente como “Deep Rock Galactic”, que chegou ao público em acesso antecipado – mesma etapa em que “Valheim” se encontra – em fevereiro de 2018, e que precisou de três anos para chegar a dois milhões de cópias vendidas. “Valheim” atingiu a marca em duas semanas.

“O game pegou muito mais rápido do que prevíamos. Na verdade, minhas estimativas para a primeira semana foram ultrapassadas em duas horas depois do lançamento. Foi realmente impressionante.”, complementou.

Criando ‘Valheim’

Desde que começou a ser desenvolvido, Valheim mudou pouco. A ideia sempre foi lançar um jogo de sobrevivência com mecânicas mais acessíveis do que os mais populares do gênero, com gráficos simples porém visualmente agradáveis.

“O desenvolvimento começou na mente de um cara chamado Richard Svensson, um colega meu. Trabalhávamos na mesma desenvolvedora. Ele começou a trabalhar em ‘Valheim’ em seu tempo livre. E isso foi por volta de dois anos e meio, talvez três anos atrás.”, conta Henrik Törnqvist, um dos fundadores da desenvolvedora criada para fazer o jogo.

“Ele então decidiu se demitir para se concentrar totalmente no game. Ele precisava de ajuda, e foi aí que eu entrei. Juntos, fundamos a Iron Gate, e começamos um desenvolvimento sério em tempo integral com toda nossa atenção. A partir daí, contratamos algumas pessoas. Somos cinco agora.”, complementou o executivo. 

A surpresa do sucesso, somada à quarentena provocada pela pandemia, impediu comemorações mais efetivas da equipe.

Com uma busca intensa de jogadores, que em certo momento chegaram a 500 mil ao mesmo tempo, os servidores exigiram muita atenção dos criadores após o lançamento.

Depois disso, partiram para consertar os problemas encontrados pelos usuários. O lançamento em formato de acesso antecipado já avisa que o jogo ainda não pode ser considerado 100% pronto, e serve exatamente para aparar arestas.

“Não conseguimos nem olhar direito a resposta das pessoas ainda, porque estamos concentrados nos problemas que chegam. Essa é a resposta sincera. Mas estamos chegando lá.”, diz Törnqvist.

Escondidos na Suécia

A temática viking, de um guerreiro lançado em um mundo mítico para provar aos deuses que merece acompanhá-los nos salões do Valhala, faz sentido se considerar que a Iron Gate tem como sede a cidade sueca de Skövde, com cerca de 38 mil habitantes.

Com o sucesso e as cobranças que o acompanham, a equipe pensa em expandir. Em fevereiro, eles procuravam novos membros para ajudar no futuro de Valheim.

“Bem, estamos abertos a candidatos do mundo inteiro.”, afirma Törnqvist, para a esperança de desenvolvedores por toda a parte.

“Mas você teria de vir viver conosco em nossa cidade pequena, no meio da Suécia rural.”, conclui ele, com uma risada.

Futuro distante

O topo da lista de mais vendidos deixa os criadores felizes, mas eles sabem que é uma questão de tempo até que os jogadores explorem e se cansem de todos os cinco biomas diferentes que existem na versão atual.

Por isso, até o fim de 2021 planejam lançar quatro atualizações gratuitas, que apresentam novas ferramentas de construção e personalização de casas e barcos, mas eles não vão parar por aí.

“A atualização final e grande vai adicionar um novo bioma, as mistlands (terras com névoas, em tradução livre). Temos atualmente cinco biomas no jogo, mas queremos um total de nove.”, afirma o sueco.

A ideia é que cada uma das novas regiões sejam acompanhadas de um monstro principal novo, e eles não descartam adicionar outros às já existentes. Mesmo assim, entre concertos e novidades, o lançamento completo do jogo ainda não está no horizonte.

“Minha estimativa é que ficará em acesso antecipado por um bom tempo. Um lançamento oficial do game está muito longe no futuro.”, finalizou.