Ninguém-imaginava que o isolamento social duraria tanto tempo. Agora em março, completamos um ano de distanciamento das pessoas, medida que teve como principal objetivo prevenir o aumento de contágio do novo Coronavírus, e, portanto, conter a pandemia.
De uma hora para outra, as empresas tiveram que mandar os colaboradores trabalharem de suas casas. Foi um grande desafio para todos, já que pouquíssimos profissionais estavam acostumados ao modelo remoto de trabalho, ou até mesmo híbrido, no qual divide-se as funções entre casa e escritório.
O home office e/ou trabalho híbrido tornaram-se uma rotina para muita gente e tudo indica que este modelo pode permanecer após esse período de isolamento social, pelo menos, para diversas empresas.
Segundo o relatório “Demanda por talentos no cenário atual”, da Robert Half, 95% dos executivos enxergam o trabalho híbrido como permanente e 39% dos entrevistados até planejam exercer suas funções de outras cidades para as empresas.
Avaliar se a empresa está preparada para o trabalho remoto ou híbrido definitivo e quais os investimentos que serão necessários para aderir a esses modelos devem ser considerados.
Minha dica é colocar no papel e estudar cada detalhe, principalmente a relação custo-benefício. Isto é, analisar se essa nova forma de trabalho vai trazer economia em relação aos gastos fixos, como, por exemplo, o aluguel do imóvel.
Além disso, é preciso calcular as despesas iniciais para a implementação do modelo remoto, o que inclui despesas com instalação de infraestrutura e aquisição de equipamentos para os funcionários.
Em algumas PMEs, por exemplo, o home office trouxe o aumento de algumas despesas mensais, como o acréscimo de 20% no serviço de Internet dedicada, 14% nos serviços de telefonia e 12% a mais em tecnologia da informação.
Esses custos referem-se, principalmente, à adequação operacional das atividades corporativas nas casas dos funcionários.
Por outro lado, tenho visto que o modelo remoto proporcionou às PMEs um aumento de produtividade de até 30% em relação ao trabalho presencial. O motivo?
Conforme levantamento sobre clima organizacional e engajamento, realizado no final de 2020 pela Pulses, 78% dos brasileiros se sentem mais produtivos trabalhando remotamente.
Outra vantagem interessante para as empresas que têm adotado o modelo de trabalho remoto é a possibilidade de reter e/ou encontrar talentos de outras localidades.
Apesar dos benefícios, também acredito que é bom ficar atento, uma vez que não são todos os funcionários que se encaixam nas tarefas remotas.
Por isso, antes de tomar a decisão, é importante entender se os profissionais estão satisfeitos com o novo modelo de trabalho, pois eles são o bem maior da empresa e precisam estar confortáveis para realizar suas funções.
Diante desse cenário desafiador, vale reforçar que muitos dos meus clientes, para os quais realizei mentoria financeira a fim de que pudessem decidir se o trabalho remoto ou híbrido faria sentido ou não nas suas empresas, obtiveram economia de 10% a 60% em relação aos custos fixos mensais. Despesas como aluguel, condomínio, vagas de garagem, serviços terceirizados, entre outros, puderam ser evitados.
Diante de tudo isso, o que posso afirmar é que o isolamento social, mais cedo ou mais tarde, vai acabar, felizmente, porque temos o horizonte da vacina para os próximos meses.
No entanto, o modelo remoto ou híbrido de trabalho, certamente, deverá fazer parte das nossas vidas e os empreendedores responsáveis por pequenas e médias empresas precisam buscar auxílio para solucionar esta equação e descobrir se, de fato, realmente valerá à pena adotar novos modelos de trabalho.
Lembrando que a conta vai além do dinheiro, e envolve também satisfação dos colaboradores para que as PMEs alcancem bons resultados.