Há-um conflito entre clubes brasileiros e Conmebol por conta de regras de marketing da Libertadores. As agremiações ficaram irritadas por novas restrições e por multas.
A entidade sul-americana, no entanto, defende que as medidas têm como objetivo proteger o campeonato e sempre foram comunicadas aos times antes da aplicação das penas.
O imbróglio se instalou com uma novidade no regulamento da Libertadores que veta aos clubes usarem marcas de patrocinadores em posts com a marca da Libertadores.
Há ainda uma determinação de incluir parceiros da Conmebol nos sites dos clubes nas postagens sobre a competição. Os clubes brasileiros se veem prejudicados e não cumpriram as normas.
A-Conmebol já deu multas para Santos e Palmeiras na final da Libertadores-2020 por conflitos relacionados a marketing, e, agora, há denúncias contra Flamengo e Bahia por jogos da Libertadores e Sul-Americana.
Serão julgadas pelo tribunal disciplinar, e as penas são bem prováveis. As multas chegam a US$ 50 mil. O argumento da Conmebol é que se trata de um processo que foi implantado paulatinamente.
Já havia as restrições nos dois últimos anos, mas sem aplicação da multa. Havia a intenção de dar tempo para os clubes se adaptarem às novas regras.
Para 2021, foi incluído no regulamento da competição o veto a patrocinadores em posts com a marca da Libertadores, o que antes estava em manual para clubes. Foi assinado por todos os participantes.
Em outubro de 2020, a Conmebol convocou os clubes para um encontro digital para orientá-los como poderiam fazer postagens criativas sem usar indevidamente a marca da Libertadores.
Houve conversas por três dias com o diretor da competição, Fred Nantes, além de dicas sobre o uso de vídeos e marketing. No encontro, havia representantes do Twitter, Facebook/Instagram, Tiktok e YouTube. Vários dos clubes brasileiros não participaram.
Na visão de pessoas ligadas à Conmebol, as restrições impostas preservam a marca da Libertadores sem prejudicar os clubes. O entendimento é de que postagens de patrocinadores dos times não são uma entrega de publicidade essencial, sendo possível fazer outras promoções associadas à competição.
A entidade vai continuar fiscalizando publicações associando outros patrocinadores à Libertadores, mas não deve punir clubes por não colocar os parceiros da entidade em seus sites. Outro motivo de conflito são os vídeos de bastidores feitos pelos clubes.
As agremiações reclamam não ter a mesma liberdade do que no Brasileiro para fazer vídeos de pré e pós-jogo, o que é feito em acordo com a Globo, detentora dos direitos.
A Conmebol alega que esse tipo de liberação para vídeos não ocorre em nenhuma competição de elite do mundo. Está previsto nos contratos da entidade com empresas como a Fox Sports/ESPN que há exclusividade para esse tipo de espaço e material.
Os clubes podem ter acesso a vídeos por meio de pedidos aos detentores de direitos, que devem ceder 3% do jogo. O material feito pela produtora da Conmebol também é disponibilizado às agremiações.
Há um entendimento na Conmebol também que tem havido certa liberalidade aos clubes em vídeos de seus TVs no limite dos direitos.
Foi dado aos clubes o direito de ter jogos transmitidos em suas páginas no Facebook, nos casos das partidas que foram compradas pela rede social.
Por fim, a entidade ainda ressalta que divulga a imagem dos clubes ao transmitir a Libertadores para vários continentes e não tem restrições de patrocinadores nas camisas deles.