Ainda que o termo “economia criativa” esteja sendo frequentemente citado no mercado, aliás, como tantos outros modismos, imagino, o que de fato isso representa na realidade como contribuição para as milhares de micro empresas do Brasil.
Não estou questionando o modelo nem a sua importância cultural e econômica, julgo até que ele será um impulsionador, uma oportunidade real, desde que esse modelo seja entendido e apoiado por políticas econômicas e sociais.
Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) a economia criativa é um conjunto de atividades econômicas baseadas no conhecimento na inovação e na criatividade, com uma dimensão de desenvolvimento e ligações transversais a níveis macro e micro à economia global.
O Brasil tem um talento humano nato, um talento histórico, mas, isso não basta para mudar a realidade econômica, principalmente, na forma de agir do mercado empresarial e financeiro, olhando prioritariamente o lucro e o resultado final.
Neste cenário contraditório de prioridades podemos inviabilizar a economia criativa nos novos conceitos, como a capacitação, o investimento em longo prazo, e a perenidade da atividade.
Ainda que a economia criativa possa ser mais representativa no setor de turismo e serviços, a sua adequação às múltiplas vertentes do mercado é realmente promissora, assim, temos a oportunidade de adequá-la às necessidades do mercado e às novas oportunidades, obviamente com apoio tecnológico, muita informação e comunicação.
Alguns exemplos de aplicação da economia criativa. Serviços culturais, Publicidade, Arquitetura e Eventos, Mídia, Audiovisual, Cinema Televisão, Turismo e Design, sem esquecer a participação dos profissionais muitas vezes, independentemente do contexto da empresa.
Só assim podemos criar ou inovar produtos e serviços por intermédio de novos métodos e processos.
Partindo do princípio que os conceitos teóricos da economia criativa estejam claros para todos, passamos ao princípio inovador de como fazer ou realizar, sem esquecer que o conceito é único, porém, a forma e os processos utilizados variam na atividade e nos produtos trabalhados.
Em síntese, economia criativa é o desenvolvimento estratégico de produtos e serviços sustentados e apoiados na criatividade, tendo como resultado a inovação, o valor agregado, a sustentabilidade e o diferencial mercadológico.
Nesta premissa temos que ressaltar a importância da palavra chave mudança, tão necessária para pôr em prática todo o processo de transformação, com apoio da cultura, da capacitação, do compromisso conceitual com as atividades, através do grande diferencial, o capital humano.
O mais importante é entender que essa mudança exige compromisso com os novos processos, compromisso social, reflexão, atitude empresarial, sustentabilidade e apoio governamental.
Ainda que pareça complicado é uma receita muito simples, basta alinhar a máquina, com o desenvolvimento humano, um processo sinérgico que vai impulsionar a economia sustentável, a estrutura operacional e o bem-estar social, resgatando a autoestima, a qualidade de vida e o diálogo entre os diferentes setores e atividades.
De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da consultoria EY de 2015, cerca de 3% do PIB mundial (mais de US $2,25 trilhões em receita) está na economia criativa.
Talvez agora, caro leitor, reconheça a importância da mudança, da inovação e da sustentabilidade.
A economia criativa não é um bicho de sete cabeças, veja, por exemplo, a solução encontrada pela gastronomia para não parar a produção e aperfeiçoar a entrega. Segurança para os clientes trabalho para os motoboys.
Outro exemplo, este mais complicado está na indústria automobilística, determinada a implantar os motores elétricos. A Volvo já declarou que até 2030 não se faz mais carros a combustão.
Ainda que aparentemente seja uma boa solução ambiental, uma solução econômica, não podemos esquecer o que essa mudança pode resultar para a economia de mercado, para a produtividade industrial, principalmente, o que fazer com milhões de trabalhadores desempregados, no mínimo até acharem outra atividade.
Neste sentido é importante avaliar o papel da comunicação, das novas plataformas digitai, sabendo que a economia criativa é o principal combustível da inovação na criatividade econômica e na superação de desafios, na fidelização de clientes, na qualidade, nas vendas e na expansão dos negócios, com um valor social embutido
Estes exemplos, a indústria automobilística e a gastronomia, radicalmente opostos no seu contexto, estão sendo colocados para podermos avaliar a pertinência da mudança, que sempre pode ter dois focos, negativo e positivo.
Nada é fácil, simplicidade não é como mudar uma receita de bolo, ainda assim, haja criatividade e muita economia, aí os resultados são imediatos.
Estes são os exemplos mais óbvios da economia criativa, aliás, todos sem exceção são referências expressas exemplificadas com inovação e criatividade humana.