A pandemia praticamente inviabilizou a realização de feiras e eventos nos formatos tradicionais, causando forte retração nos negócios da cadeia produtiva do setor.
Diante da crise sem precedentes, o portal Feiras do Brasil realizou uma extensa pesquisa para ouvir a opinião de profissionais do setor que organiza eventos para sondar o futuro desse mercado.
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“O trabalho é uma pesquisa de opinião, sem caráter científico, reunindo dados coletados por meio de 5.520 formulários recebidos pelo portal Feiras do Brasil entre 19 e 28 de maio.”, revela Gustavo Chaves, editor-chefe do portal e responsável pelo levantamento, que inclui organizadores de feiras e eventos do setor automotivo e da área de mobilidade.
O-resultado da avaliação indica que 49,62% dos entrevistados declararam que suas empresas estão total ou parcialmente inativas; outros 60,11% são empresas de micro e pequeno porte, e, portanto, muito vulneráveis a uma crise de tão grandes proporções.
Por esta razão, é importante ressaltar que 65,76% dos entrevistados declararam que não tiveram acesso a linhas de crédito ou auxílio emergencial.
Nada menos de 77,34% dos entrevistados consideram que a sobrevivência das empresas que atuam no setor depende, total ou parcialmente, do fim das restrições à realização de eventos presenciais.
Além disso, 70,42% dos participantes da pesquisa acreditam que o interesse em participar de feiras e eventos empresariais vai crescer ou ficar estável; 65,22% dos entrevistados acreditam que os investimentos destinados à promoção comercial, marketing e comunicação empresarial em feiras e eventos deverá crescer ou ficar nos patamares históricos.
O levantamento indica que a retomada dos eventos presenciais depende da segurança sanitária; 83,74% dos entrevistados acreditam que a utilização dos protocolos de segurança e dos novos formatos desenvolvidos e testados ao longo dos últimos meses reduzirá nas pessoas e nas empresas o temor de participar de eventos presenciais.
Entretanto, apenas 26,68% dos entrevistados acreditam que será viável a realização de eventos presenciais antes da completa vacinação da população brasileira.
Sem passe de mágica
Ao longo dos últimos meses, novos modelos e formatos vêm sendo idealizados, desenvolvidos e testados, buscando a realização de eventos virtuais que levem aos participantes uma experiência equivalente à vivenciada em eventos tradicionais. De acordo com os depoimentos reunidos na pesquisa, ainda há muito a ser feito.
Um total de 83,55% dos entrevistados declarou que eventos virtuais não têm o mesmo engajamento dos eventos presenciais; 80,16% dos entrevistados declararam que eventos virtuais não têm o mesmo potencial de ampliação do networking dos eventos presenciais; e 84,18% dos consultados declararam que eventos virtuais não têm o mesmo potencial de geração de negócios que os eventos presenciais.
Dados registrados pelo Calendário Feiras do Brasil mostram que, entre 2015 e 2019 a cadeia produtiva de feiras e eventos compreendia cerca de 2.000 promotores e 270.000 prestadores de serviços que realizavam no Brasil mais de 2.200 eventos empresariais por ano, atraindo 10 milhões de participantes.
São números que revelam a força de um segmento econômico que se mostrava pujante e em rota de crescimento.
As projeções apontavam que, em 2020, o segmento de feiras e eventos cresceria algo entre 10% e 15%. Entretanto, a disseminação do Covid-19 por todo o mundo inesperadamente frustrou todas as expectativas positivas.
Diante da implementação de medidas sanitárias para combate à pandemia, as restrições às atividades presenciais inviabilizaram a realização de eventos nos formatos tradicionais, desde o primeiro momento, o que resultou em forte retração das atividades em toda cadeia produtiva do setor.
Com isto, o mercado de feiras e eventos passou a enfrentar uma crise sem precedentes que, na opinião dos entrevistados na pesquisa, pode resultar na inviabilidade de praticamente 50% das micro e pequenas empresas que atuam no setor.
Entende o portal Feiras do Brasil que só resta aos promotores de feiras e eventos as alternativas de adiar ou de cancelar a realização de seus eventos, enquanto aguardam a evolução da pandemia.
Nada voltará a ser como antes em um passe de mágica. Em alguns casos a solução pode ser o evento híbrido, reunindo uma parte presencial e outra virtual, como promete a Reed Exhibitons para a Automec e Fenatran.
Na pesquisa, 77,34% dos entrevistados acreditam que a recuperação do setor depende, total ou parcialmente, do fim das restrições à realização de eventos presenciais.
Entretanto, neste momento, não se pode ainda antever quando isto efetivamente será possível. Por esta razão, enquanto expressiva maioria das empresas do setor permanece na expectativa da retomada dos eventos presenciais, esta crise, que já inviabilizou cerca de 50% das micro e pequenas empresas que atuam no setor, só tende a se aprofundar.
Reinventar eventos
80% dos entrevistados na pesquisa consideram que os novos modelos e formatos desenvolvidos ao longo dos últimos meses não trazem resultados equivalentes aos obtidos em eventos presenciais.
Isto indica que a realização de eventos em ambientes virtuais ainda tem pela frente o desafio de evoluir com o objetivo de atender as expectativas dos participantes.
Assim, o desenvolvimento de novos modelos e formatos deve ser encarado como um processo que requer disposição para inovar, experimentar e quebrar paradigmas.
Automotive Business adotou o formato virtual para seus eventos deste ano, oferecendo uma série de lives e masterclasses, e, em paralelo, artigos, pesquisas, podcasts, infográficos, vídeos e outros materiais de referência para download.
Foto: Reprodução.