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A era dos Ys e Zs: o que as gerações mais desafiadoras têm ensinado às marcas?

As marcas precisam estar de olhos e mentes abertos para entender o que é importante para esses novos consumidores.

por Rapha Avellar, fundador da Adventures

Nunca se falou tanto sobre gerações como no último ano! De acordo com um levantamento que realizamos aqui na Adventures, o interesse no assunto nunca foi tão alto.

Houve um aumento de 127% na busca pela geração Z , 37% pela Y e 33% pela X.

Na verdade, acredito que a curiosidade em relação ao tema sempre existiu, mas atualmente ele está mais evidente principalmente pela enorme diferença entre pensamentos, interesses e valores, que tem intrigado as marcas a respeito do que esses novos consumidores esperam e como podem conquistá-los.

O-fato é que nós, como sociedade, precisamos estar atentos a cada detalhe novo que se apresenta para entendermos mais profundamente como serão os próximos anos.

Para isso, é preciso analisar o cenário como um todo. Mesmo com as diferenças que a própria tecnologia propôs, o contexto atual que estamos vivendo também impactou diretamente em como as pessoas se comportam hoje e no futuro.

De todas as gerações, a Y e a Z, são as que mais estão sentindo os efeitos desse novo panorama. Por exemplo, diante das circunstâncias em que estamos inseridos, são elas que passam por índices recorde de desemprego e inflação.

Vemos aqui o poder de compra diminuir, o que abalou a preocupação e, consequentemente, a felicidade desse grupo de pessoas.

O Brasil vive uma onda de desempregos desde 2012, sendo agravada com a pandemia, em que 64% das pessoas tiveram seus trabalhos afetados, em especial os Gen Z e 50% dos millennials, que estão vendo sua situação financeira piorando ou mais estagnada no próximo ano.

Outro ponto importante que se transformou devido ao cenário atual foi a cultura organizacional. De um lado, as incertezas trazidas pela Covid-19 aumentaram a parcela de Millennials que desejam ficar mais de cinco anos no mesmo emprego (de 28% para 35%). Do outro, as companhias estão se adaptando às necessidades dessas gerações e fornecendo o suporte necessário para enfrentar esse período.

Ou seja, torna-se cada vez mais necessária a atenção das empresas a esses fatores de retenção e a mudança de mentalidade.

Entre os assuntos que preocupam as gerações Y e Z, temos as questões climáticas como grande destaque desde a pré-pandemia. Inclusive, durante a pandemia, o assunto ficou em 2º lugar após as preocupações com a saúde.

Os efeitos da redução da emissão de carbono durante o lockdown causaram um otimismo ambiental. Com isso, 40% das pessoas (millennials e gen Z) acreditam que o comprometimento para tomar ações pessoais para os problemas ambientais será maior após a pandemia.

Assim, a intenção de causar mudanças positivas nas comunidades locais e globais tem crescido, mas em um nível de atitudes individuais e com menor expectativa governamental ou privada.

Porém, mesmo que essas gerações entendam que para alcançarmos uma mudança real é preciso começar em casa, elas valorizam muito as empresas que causam um impacto positivo na sociedade.

E, apesar de ainda desconfiarem das suas reais intenções, é fundamental que as companhias entendam a importância dessas atitudes para que se construa essa percepção global, aos poucos.

Cerca de 75% das pessoas afirmam que, quando a pandemia melhorar, vão se esforçar para comprar de negócios locais e/ou pequenos comércios e 60% vai comprar de grandes empresas que atuaram positivamente durante a pandemia. Questões como igualdade e inclusão, também não foram esquecidas, e com certeza são preocupações reais para elas.

Observando todos esses pontos o que fica cada vez mais escancarado é que, apesar de estarem passando por situações desafiadoras, ambas as gerações acreditam que as empresas e governos têm mostrado respostas positivas frente à pandemia, e acreditam em novas oportunidades.

 E, ao mesmo tempo que entendem que o seu papel dentro dessas transformações não é “esperar que as coisas aconteçam”, mas sim de “fazer acontecer”, eles também já sabem muito bem quem querem ao lado nessa luta: marcas que compreendam e deem suporte às necessidades de toda a sociedade e que estejam atentas aos seus anseios e desejos pessoais.

Assim, o papel dos negócios hoje é ir muito além do arroz com feijão. Eles precisam entender seu público a fundo, todas as suas preferências, gostos, expectativas, entre outros.

Para isso, é imprescindível que coletem e analisem uma quantidade imensa de dados e, apesar de parecer difícil hoje, essa tarefa é mais simples, até porque o mundo online é o universo dos consumidores de agora e tudo está lá, no celular.

Atualmente, todas as interações nas redes sociais, sites etc., geram dados que, se analisados da maneira correta, serão o grande divisor de águas entre quem ganha e quem perde o game. Afinal, ter a capacidade de entender onde as pessoas colocam a sua atenção, e assim, estruturar uma maneira de entregar conteúdo para que elas conquistem ou tenham o que desejam alcançar é fundamental para o sucesso nos dias de hoje.

Além disso, mais do que oferecer o produto ou serviço que apresente a solução para determinada “dor”, é essencial também que essa empresa tenha valores reais e enraizados que se conectem com os seus consumidores, verdadeiramente.