É meia-noite e meia do dia 16 de agosto.
Mas, que soninho.
Estou de frente para a magnífica vista da praia de Copacabana, toda iluminada.
Mesmo do décimo oitavo andar de meu hotel, vejo um séquito seguindo duas pessoas, que me parecem muito conhecidas.
Pego meu binóculo, para ter certeza.
Lá estão Norminha e o Capitão Gay passeando calmamente na calçada da Princesinha do Mar.
O homem que passa, ao lado, vira-se para o passageiro e vocifera: “Não quero meu nome em bocas de Matilde”.
Do outro lado da avenida, General Gutierrez, em seu exílio voluntário no Brasil, está num bar, tentando convencer a galera de que é baiano legítimo e chama-se Severino Silva.
De repente, uma senhorinha pequenina, desafia o tal baiano dizendo que se ele provar que é legítimo, ela tira a roupa, ali mesmo.
Imediatamente, sua filha Bô Francineide, intervém defendendo sua mãe, dizendo : “e pensar que eu saí de dentro dela”.
Um espanto!
Ouve-se então uma conversa de dois amigos. Um dentista famoso, muito impressionado com o fato de seu amigo, casado com uma bela mulher, está sempre fora de casa. Ele tenta aconselhar seu amigo: “Vai pra casa Padilha”. Sua mulher…. Bocão!!!
Mas, neste mesmo momento, outro diálogo acontece entre 2 pessoas. Uma conta verdadeiros absurdos que o filho apronta, até que o outro exclama: “tem pai que é cego”.
O que faz com que Rochinha reaja imediatamente: “mas é o meu jeitinho”.
Ao perceber a confusão que ia se formando, Irmão Carmelo, imediatamente vira-se para seu ajudante e solta um grito baixinho: “cala a boca Batista”.
Na esquina, em um orelhão, uma figura conhecida conversa com o treinador da equipe de futebol do Brasil: “Bota ponta na seleção Telê”.
Na tv do bar, entra uma chamada especial com uma notícia impressionante. Num hospital da Barra da Tijuca, um ex-militar muito graduado, acorda de um coma de muitos anos. Suas primeiras perguntas referem-se aos últimos 10 anos da república. Antes de seu interlocutor encerrar o relato, ele chama seu médico e pede, muito emocionado: “Doutor me tira o tubo”.
Não tenho nenhuma pretensão de conseguir escrever um texto de humor, como o grande Max Nunes fazia para o Jô.
Escrevi esta pequena recordação, talvez para mim mesmo, uma vez que o trabalho de pesquisa me proporcionou muitas risadas, além de ter me ocupado recordando muitos programas, desde o mordomo Gordon, da Família Trapo, que contava ainda com Zeloni, Golias e um timaço de humoristas, até os últimos Programas do Jô.
Nós tivemos, e ainda temos, humoristas de primeira linha. Este que se foi, tinha uma característica muito importante: adorava rir de si mesmo, e isso fez com que ficasse conhecido pelo seu espírito.
Esses retratos do cotidiano nosso de cada dia, nos fizeram pessoas melhores durante este tempo em que convivemos com a inteligência e a sagacidade, deste que foi, em minha opinião, o melhor apresentador de talk show de nosso país.
Para aqueles que não apreciaram, não o meu texto, mas a graça e o jeito dos personagens aqui lembrados, devo dizer que quem me mandou escrever este artigo foi o “GANDOLA”.
Desculpe (Eu)gênio; não posso terminar, com uma citação desta. Não que não tenha sido hilário ver estas cenas. Ao contrário.
Mas com tantas imagens, frases e bordões super marcantes, termino, citando dois:
“Eu quero aplaudir!!!”.
Pois, “Sois Rei. Sois Rei”.