No meu desafio de leituras, tenho uma meta de um livro por mês. Começo por esse do Carvalhal – que tem 04 livros escritos, finalista do prêmio Jabuti e se intitula consultor e especialista em design para sustentabilidade, tendo como propósito transformar pessoas e organizações, abrindo os olhos, a cabeça e o coração delas e essa definição combina muito com ele e com a proposta desse livro e a provocação feita em minha dedicatória: Salve o Presente!
Algumas FRASES citadas:
“Somos a criação do passado e o criador do futuro” (Simrat Kaur). Como profissional qual aprendizado você trouxe de 2022 para 2023? É preciso mudar e ter certeza do que você quer, para depois impactar outras pessoas. Olhar para trás, focar na frente.
“se quiser ir rápido vá sozinho, se quiser ir longe vá em grupo” (provérbio africano). Esse ensinamento traz muito da vivência tribal, onde todos se ajudam, e precisamos entender que nos processos de colaboração e cocriação (comuns aos projetos de eventos) é preciso muitas vezes abrir mão de concordâncias estritas e de harmonias. É uma simbiose, onde existe cooperação mútua entre diferentes organismos.
“O trabalho ocupa o meio, está entre aprender e o descansar”. Discordo um pouco, pois dentro do conceito de life long learning e com a forma como as coisas estão no mundo, não temos mais as fases tão determinadas, então mesclar: aprender, trabalhar, descansar, curtir é uma constante , independente de nossa vontade. A vida é tudo junto e misturado agora
Alguns FILMES indicados:
The mask you live in: Fala do machismo e como a homofobia e sexismo é reforçado em casa, na escola, trabalho.
Free the mind: O neurocientista Richard Davidson, após um pedido nada menos do que de Dalai Lama, começa estudar o comportamento cerebral em situações positivas.
The rise of lowsumerism. Realizado pela agencia de pesquisa de tendências Box 1824, mostra o comportamento de consumo e os impactos fulminantes para o mundo.
COLOCAÇÕES
Ele optou por linguagem neutra na obra, evitando demarcadores de gênero. Essa é uma discussão que nem todes concordam, inclusive eu tenho ressalvas, mas achei interessante o destaque que ele dá que ao utilizarmos tod@s e todxs, dificultamos pessoas com dislexia, cegas ou com limitação visual que usam apps de leitura. Então, atento aos textos em sites e divulgações de eventos neste quesito, bem como com palavras com seu uso correto como: grupos minorizados (não minorias), homossexualidade (não homossexualismo), mercado ilegal (não mercado negro), entre outras. Aliás um projeto interessante foi esse da Janssen, relacionado a saúde mental, alertando sobre essa linguagem capacitista. Vale a leitura e nossa dica: https://www.janssen.com/brasil/blog/oucam-nossas-vozes
Em tempos de polaridade, o quão importante são as conversas e escutas e cita a “comunicação não violenta”, mas gosto de um exercício de numa conversa antes de opinar, repetir o que a pessoa falou para checar e sintonizar o papo. Costumo fazer isso com briefings, após as reuniões (cada vez mais raras no formato presencial), mas mesmo em e-mails, resumo e confirmo e até sugiro interpretações evitando retrabalho e confirmando o que foi pedido. Assim ficamos na mesma página e expectativa, inclusive de verba, rs. Sem falar que em concorrências grandes, priorizar somente 3 agências e passar o briefing num encontro único, assim todos os fornecedores tem a mesma informação e mostra transparência.
A inclusão é o primeiro passo para engajar grupos invisibilizados, nesse sentido cuidado para não compor equipes e atrações considerando um olhar de cotas e sim de fazer com que todos façam e se sintam parte. Coletivos, ONG´s (equi, transempregos, empregueafro, etc), vagas afirmativas devem fazer parte do dia a dia das agências e produções. Até porque já é comprovado o quanto essa diversidade impacta no desempenho, imagina então na criatividade.
Sempre digo que contra fatos , não há argumentos, o autor traz alguns números como “80% do desmatamento ocorrido na Amazônia brasileira desde 1988 está ligado à conversão de terras em pastagens de gado e que no Brasil o consumo de carne, é o dobro do que é sugerido pela OMS”. Analisem isso?! Sou vegetariana de nascença e nunca fui a radical de tentar converter todos, mas é preciso pensar na sua alimentação com mais critério, tanto pelo ponto de vista de saúde, quanto pelo ponto de vista do meio ambiente, mas senão quiser OK, o que quero alertar, é que não dá para não termos mais opções vegetarianas, diets e sem gluten em nossos coffee breaks, lunch box, food trucks, marmitas e buffets de hotéis, pavilhões, refeitórios, enfim em nossos eventos. (e não me venha só com saladas e pão de queijo hein?!)
A onda verde, a fala “é reciclável”, parece resolver o problema dos resíduos, mas é preciso ter certeza dos processos de criação de produtos e da reciclagem dos mesmos e se eles voltam ao ciclo produtivo da marca e do planeta. Fazer a compensação e reciclar é bom, mas é bem melhor não consumir esse primeiro insumo. Em vez de dar sacolinha plástica e reciclá-la, porque não utilizar sacolas amido de mandioca, que com lixo orgânico, em meses desaparecem, estimular embalagens/sacolas coerentes de seus expositores, inclusive dando benefícios e descontos. Acompanhar o descarte de empreiteiras de caçambas de grandes eventos. É preciso ficar de olho nessa terceirização do problema, se está sendo resolvido mesmo.
Aliás, sugiro falarem com o pessoal da realixo para ajudarem nesse quesito em seus eventos https://www.realixo.com.br/
O fato de ler esse artigo, não substitui a leitura do livro que traz muitas outras provocações e insights e você pode achar que essas pequenas indicações não “salvam o futuro”, achou certo. Mas, são as micro transformações é que mudam o mundo, é aquela fábula, da garotinha na praia cheia de estrelas do mar na areia, que começa jogar uma a uma no mar antes que sequem, e o adulto diz: “Você não vai conseguir salvar todas” e a resposta vem com: “Eu sei, mas eu ajudei algumas e tô fazendo a minha parte”, isso são ações no presente. Se cada um pegar uma estrela do mar, a gente minimiza bastante os impactos.
E você vai pegar quantas “estrelas do mar” no nosso segmento e colaborar nesse ano que está começando?
Bom 2023, o futuro é agora, agora, agora…