Você sabia que o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento foi celebrado em 21 de maio? Isso significa que se trata de uma data propícia para “aumentar o potencial da cultura como meio de alcançar prosperidade, desenvolvimento sustentável e coexistência pacífica”, de acordo com a ONU.
Os diálogos devem se multiplicar para trocas sobre as diversas formas culturais de expressão que acontecem na culinária, na moda, na arte em geral, nas plataformas digitais, entre tantas outras áreas que movem as indústrias criativa e artística. Tudo isso permite exercitarmos uma iniciativa antiga, que ganhou um nome americanizado nos dias de hoje: o benchmarking. Trata-se de pesquisar quais são as melhores práticas de mercado para garantir o progresso contínuo em um segmento e encontrar formas de adaptar a sua estrutura.
Há menos de 20 anos, estratégias de melhorias não seriam compartilhadas. Alguns negócios e marcas, ainda nos dias de hoje, reúnem fortes resistências a essas trocas. Afinal, na concepção de muitos, o que gera lucro e crescimento deve ser guardado e chegar ao conhecimento apenas de um seleto grupo. Bom, atualmente, isso já não faz sentido.
As boas práticas precisam ir além para tornar o mercado sustentável e saudável para todos os stakeholders. A falta dessas trocas promove ainda vários casos desastrosos de fraudes, como as vivenciadas por algumas redes varejistas; o desrespeito à dignidade humana com o trabalho análogo à escravidão; projetos que causam danos ambientais e perdas humanas, como no caso dos rompimentos de barragens; abuso de poder e até extermínio, como acontece com algumas tribos indígenas, entre tantas outras práticas danosas que ficam “invisíveis” porque não há transparência em seus processos e nem nas ações realizadas pelas áreas de gestão e pelos colaboradores.
Quando uma empresa, uma marca ou uma pessoa participa de um “bench”, significa a busca por excelência. Abre-se oportunidades de conscientização ao aprendizado e até mesmo à ampliação de seus repertórios, a fim de entender que é possível aliar práticas sustentáveis e normas ESG e que, pensando nas pessoas, conseguimos promover lugares mais humanizados, inclusivos e seguros para que todos desempenhem o seu melhor.
Vamos iniciar a mudança agora, hoje. Confira alguns passos para começar:
Primeiro: olhe-se! Perceba qual é a identidade da sua marca, da sua pessoa e como deseja ser lembrado.
Segundo: realize o exercício do pescoço. Observe a família, os amigos, o clube, o trabalho, o ambiente de estudos, de lazer, os momentos em frente à TV, o que ouve, sente e se há diversidade à sua volta. Ou seja, veja se existem pessoas com culturas, crenças e gostos diferentes e reflita se não está na hora de começar a ampliar a sua rede de conexões e consumir outros filmes, livros e músicas. Não precisa ser o tempo todo, comece aos poucos e veja que será incrível.
Terceiro: conheça outras histórias. Ler, ouvir podcast, assistir a filmes, todos são caminhos para começar o seu letramento e a abertura ao novo, de um jeito mais seguro e menos expositivo. Mesmo assim, sair de casa e ir a restaurantes de culturas diferentes, falar com diversas pessoas, entender suas histórias, visitar feiras de rua também podem humanizar as percepções e trazer novas perspectivas. Atuar em iniciativas como pessoa voluntária e realmente estar com os assistidos é outro bom caminho.
Quarto: faça coisas que nunca fez! Abra-se para conhecer outras formas de viver. Há várias agências com passeios temáticos interessantes até mesmo perto da sua casa. Uma boa opção pode ser conhecer a parte histórica da sua cidade. Há blogs, portais e muita gente com dicas no Instagram. Pesquise e aproveite, o Google Maps ajuda!
Quinto: permita-se acolher. Ninguém está errado em ser quem é. O que está em pauta é o desrespeito em relação ao outro. Entender e respeitar as individualidades é um passo fundamental. Essa dica de “bench” pode melhorar como o mundo vê a sua empresa, como vive o seu cotidiano e ainda enriquecer a sua jornada, humanizando a sua vida.
Sexto: faça trocas com quem é bom no que faz para aprender a fazer melhor. Em qualquer segmento, é possível aprender algo. Compartilhe o que sabe para ajudar outras pessoas a evoluírem. Quanto melhor a sociedade for, menores serão as discrepâncias, maiores as chances de talentos disponíveis e bem relacionados e, certamente, menos exclusões em marcadores sociais acontecerão, porque saberemos apreciar o diverso.
Sétimo: celebre! A vida é uma jornada incrível e podemos ocupar cargos e vivenciar experiências que só quem está aqui conseguirá. Amanhã a roda gira e acontecem novos ciclos. Conhecer pessoas aliadas pelo mundo pode ser uma ação inteligente. Então, celebre com todas que de alguma forma apoiam você. Esteja sempre a postos para fazer o mesmo e abrir espaço para os outros. “O mestre avança quando seu discípulo o supera, porque é a hora de ele se desenvolver mais um pouco e de outros aprenderem o que ensinou com um novo mestre”.
Sei que pode parecer uma sequência otimista, no entanto, temos visto na prática que, quando dividimos conhecimentos e boas ações, todos ganham e o resultado se multiplica em lucro, sustentabilidade e melhorias em todos os âmbitos e segmentos. Quer ser parte da mudança? Coloque iniciativas no seu calendário. Inclusive, o que vai fazer no dia 21 de maio? A diversidade cultural é ampla e permite desde a realização de uma refeição diferente à presença em um grande fórum para trocas de experiências. Que tal conversarmos? Bora fazer um “bench”?
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