O SAG-AFTRA, sindicato dos atores dos Estados Unidos, revelou na tarde de 13/07 que todos seus membros vão entrar em greve às 4h (horário de Brasília) de 14/07. Eles se juntarão aos roteiristas, que estão parados desde o dia 2 de maio.
As duas categorias têm como principais pautas, a luta contra o uso de recursos de inteligência artificial para substituir o trabalho humano e da remuneração em trabalhos para o streaming.
Antes, equipes de filmes e séries recebiam os valores residuais, de direitos autorais e de imagem, sempre que a produção passava na televisão. No caso das plataformas de streaming, o cálculo é mais difícil, pois não existe uma grade pré-definida e o público pode assistir o que quiser, quando desejar.
A-paralização foi comunicada pela atriz Fran Drescher, presidente do sindicato e encarregada pelo comitê que estava negociando um novo contrato com a AMPTP (Aliança de Produtores de Filmes e Televisão). O acordo antigo havia expirado no dia 30, mas os atores adiaram a paralisação por duas semanas para as partes interessadas terem mais tempo para tentarem uma negociação.
O SAG-AFTRA não entrava em uma greve geral desde 1980, quando a paralisação levou três meses e três dias. A união oficial entre atores e roteiristas nos protestos é algo ainda mais raro, pois as duas classes não interrompem seus trabalhos ao mesmo tempo desde 1960.
No começo de junho, o sindicato dos atores já havia conduzido uma votação com seus mais de 160 mil integrantes para verificar quem se posicionava a favor de uma paralisação se os dirigentes não entrassem em acordo com a AMPTP.
Mais de 97% dos membros apoiaram a greve. Mesmo com os roteiristas estarem há 73 dias sem trabalhar, Hollywood estava conseguindo fazer algumas produções continuarem em funcionamento. Séries e filmes continuaram suas gravações, contanto que não houvesse a presença dos roteiristas no estúdio para seguir de perto os trabalhos.
Normalmente, ao menos um escritor tinha que estar presente no set para fazer novas modificações no texto, mas, desta vez, com a greve dos atores, todas as produções dos EUA terão de ser interrompidas, até as que têm filmagens fora do país, como House of the Dragon, gravada na Europa, ou o novo filme de Mortal Kombat (2021), que começou há pouco tempo as filmagens na Austrália.
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