O conceito surgiu como “nova economia”, em 1997, usado pela primeira vez num estudo do professor Paul Saffo, da Universidade de Stanford, na Califórnia. Com o tempo foram sendo incorporadas ideias como paixão e influência digital, até que, em 2011, o Youtube cunhou o termo creator. Nascia, com esse nome, a Creator Economy. É a economia que gira em torno da geração de receita a partir de conteúdo online.
No setor de marketing, por exemplo, o percentual de profissionais que trabalham com influenciadores deve aumentar de 75% para 86% até 2025, segundo o Insider Intelligence. Além disso, a Inflr Brasil indica que há a expectativa dos micro influenciadores (aqueles que trabalham com nichos específicos) se tornarem dominantes nas redes sociais.
A própria estreia da VidCon no Brasil, um dos maiores eventos para creators do mundo, provou o forte aquecimento na indústria, reunindo alguns dos principais nomes da internet para painéis e diversas outras atrações ligadas ao segmento. Inclusive, a primeira edição desta convenção promoveu debates fundamentais sobre a forma de conduzir uma boa carreira no ramo, afinal, assim como em qualquer outro, é necessário investir tempo, dinheiro e esforço para transformar ideias em conteúdos de destaque, criando, de fato, uma jornada de trabalho que se estenda a longo prazo.
Nesse sentido, a VidCon trouxe uma imensidão de insights que ajudaram a desvendar mitos e verdades sobre as melhores estratégias para essa indústria. Destaco 5 deles:
1. Verdade: o conteúdo manda
Qualidade não se discute e, na criação de conteúdo, essa lógica é ainda mais imprescindível. Quando o creator leva para a sua comunidade materiais personalizados e verdadeiros, a chance dele atrair, engajar e reter seguidores é gigantesca.
Apenas para se ter uma ideia dos formatos que ajudam a proporcionar esse cenário na prática, podemos citar a criação de narrativas envolventes com o uso de técnicas de storytelling. Em resumo, estratégias dessa categoria realçam o quanto o bom conteúdo é realmente de interesse do público.
2. Mito: a tecnologia é uma rival
Já que a Creator Economy está inserida em um ambiente digital, é sempre bom reforçarmos o quanto a tecnologia é uma aliada dos creators. Ferramentas como o ChatGPT, ou mesmo a Inteligência Artificial (IA) como um todo, facilitam o aumento da produtividade no processo de criação, ajudando os profissionais a customizarem suas produções e interações com a audiência.
3. Mito: creators dependem das redes sociais
Embora ainda sejam as principais ferramentas para se lançar e construir uma audiência, as plataformas tradicionais são baseadas em algoritmos, que trazem várias restrições aos criadores de conteúdos. Portanto, é essencial que os creators tenham o seu próprio meio de distribuição de produções, seja com um site ou aplicativo, por exemplo. Em outras palavras, tenham sua própria “Netflix”.
Com essa “Netflix” própria, é possível proporcionar uma experiência diferenciada ao público, gerando uma nova fonte de receita e não dependendo unicamente das redes sociais. Esse será um espaço exclusivo que permitirá ao profissional ter acesso a todo o potencial do setor, não apenas a uma parte dele.
4. Verdade: é fundamental conhecer sua audiência
Escolher um nicho de atuação não é só uma simples opção do que falar nos conteúdos, mas sim uma etapa que envolve o alinhamento dos seguidores ao propósito do creator. Isso é um passo para construir uma boa reputação dentro da área, uma vez que ao identificar o público-alvo e entender seus reais interesses, o criador de conteúdo se aproxima da comunidade e traz credibilidade às suas produções.
5. Verdade: conteúdo premium vende
Em meio ao desenvolvimento da Creator Economy, o conteúdo pelo conteúdo não é mais o único fator considerado pelo público na hora de consumir produções digitais. Cursos online, workshops exclusivos, acesso antecipado aos vídeos e outros benefícios premium são diferenciais no momento de construir a sua comunidade, fortalecendo o relacionamento do criador com a audiência e tendo a possibilidade de conseguir uma renda adicional.
Eventos como a VidCon não são apenas uma celebração do quanto a Creator Economy está em alta, são espaços para a discussão de tendências que devem, com certeza, movimentar mais carreiras nos próximos anos.
Se as próximas edições seguirem essa mesma toada, não há dúvidas de que mais estratégias promissoras surgirão para beneficiar o setor de criação de conteúdos digitais, além de desenvolver aquelas que já estão colocando os profissionais do segmento em outro patamar.
*Tiago Maranhão é Diretor de Conteúdo e Comunicação na Stages, nova solução que permite aos criadores de conteúdo revolucionarem a forma de monetizar suas criações, oferecendo novas possibilidades para a Creator Economy.