Experiência de Marca

Promo não existe mais

Neste artigo de Mário Nicolau, que é promo desde antes de promo ser promo, é descortinada uma dura realidade. Corajosas e realistas, as constatações do Nicolau - que para os desavisados parece ser um tiro no pé - servem para profundas reflexões daqueles que sonham com caixa estável e sorriso no rosto, tarefas cada vez mais difíceis para quem ganha a vida com promoção nos dias de hoje.

Melhores de 2009

Neste artigo de Mário Nicolau, que é promo desde antes de promo ser promo, é descortinada  uma dura realidade. Corajosas e realistas, as constatações do Nicolau – que para os desavisados parece ser um tiro no pé – servem para profundas reflexões daqueles que sonham com caixa estável e sorriso no rosto, tarefas cada vez mais difíceis para quem ganha a vida com promoção nos dias de hoje.

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Nós, agências e profissionais promo, morremos. Meros prestadores de serviço de marketing. Fornecedores de promo e nada mais.  Sem preconceitos. Talvez a constatação é que seja mais chocante. A avalanche pouco inteligente e quadrada de inúmeros departamentos de compra engessam qualaquer tentativa de ação promocional, criatividade ou desempenho. O cliente hoje compra de tudo, de prego a filme em HD, por conta própria, isso aproximou muito fornecedores de marketing de compradores de marketing. A diferença é saber comprar marketing COM conteúdo e saber valorar projetos, ideias e planejamento e comprar para cumprir metas, vale SEMPRE o mais baixo. Piorou para agencias promo independentes, as quais lutam para sobreviver diante dessa nova realidade. A mediocridade de certas agências agregou muito na conta: estapafurdice barata de gente frustrada, insanidade marketeira lançada em planilhas que na realidade são apenas números (MENORES) para ser aprovadas. Invariavelmente o barato sai caro. E por outro lado um charuto, muitas vezes, é só um charuto: customizar toda e qualquer tipo de ação inviabiliza a dinâmica. Padronização com customização, sem estandartização! Difícilllll.

O aumento estupendo da burocracia e ‘ espetacular’  amarração da compra de ideias ou da operacão promo dentro de ‘processos’ transformou o que deveria ser dinâmico e ousado em comoditie. Exatamente como NÃO rege o mercado. Acho que uma janela espacial-temporal engoliu o promo dentro de processos arcaicos, confusos e cheio de vícios. A compra de comunicacão hoje é feita por qualquer um. Ou alguém aí não se acha especialista o suficiente? Atenção senhores feudais, monges e guardiões de marcas e produtos: adequar-se ao ‘novo’ ritmo do mercado, em crise (será?) não significa comprar o mais barato nem de qualquer um. Conteste! Olhai onde colocas a sua marca porque em alguns feudos esqueceram-na para fora, solta ao tempo e ao alcance de todos. Conteste tudo e todos. Porque do lado de cá tentamos sair da pobreza de espírito do cotidiano para pensar, viver e fazer mais pela sua marca e seu produto. E viver com isso é penoso. Recusar-se a diluir o tempo todo inteligência em caldo brando de e água e sal é uma luta de sobrevivência.

Mas essas palavrinhas e palavrões não são um desabafo. Promo ainda é paixão, emoção e ação. Me desculpem os veículos de comunicação tradicionais, mas nesse mundo tudo se entrelaça: a ciência do fazer ainda é o promocional. A de comunicar está na publicidade, o vender em todo o processo e no conceito dessas artes todas. Costumava dizer que promo é a comunicação em ação. Reafirmo.

Promo não existe! Nem o ponto de exclamacão! Somos reles e serviçais braços de fornecimento do outrora chamado “marketing promocional”.  Falecemos. Fomos fustigados pela mediocridade. E isso que nascemos e abrimos fronteiras abissais para o desenvolvimento dos profissionais de comunicação. E olha que somos profissionais de comunicação também. Quem ensinará os (novos) publicitários e profissionais (?) de comunicação das empresas chamadas anunciantes o que é promo? Sem problemas, tudo se confunde. Menos cu com bunda. Tenha escrúpulos, diria vovó Isaura.

Quero ver quem vai ensinar promo na ESPM! Ou quiçá – como diria Caetano e outros baianos – quem fará a promo acontecer? Ninguém. Como fornecedores de marketing, nessa catarse involuntária que nossa identidade sofreu, sabemos que não há voltas, apenas evolução. Ou involução. Fomos apaixonados e fizemos e acontecemos. Mas nada pára. O freio serve também para acelerar, portanto enfia o pé no pedal do meio.

Mário Nicolau é diretor de marketing promocional há mais de 20 anos à frente da Refinaria, de Curitiba e da PromoOnline, especializada em ações promo utilizando todos os recursos digitais disponíveis atualmente.