Segunda-feira, manhã de chuva, trânsito congestionado em São Paulo. Pode ser que o ‘Sorrisômetro’ da Central Nacional Unimed esteja apontando menos bom humor do que de costume. Mas o termômetro dos sentimentos dos colaboradores da operadora nacional do Sistema Unimed tende a subir rapidamente, porque 88% deles se identificam com a empresa. E, para a maioria dos 732 profissionais, a comunicação interna está, ao lado da remuneração, dos benefícios e do plano de carreira, dentre os pontos fortes da empresa.
O Sorrisômetro é só uma das inovações que permitem aos colaboradores expressar o que pensam sobre a empresa e suas práticas. Na verdade, eles fazem a comunicação ao lado dos profissionais de marketing e comunicação. “Hoje, não se faz uma comunicação sobre a empresa, mas com o colaborador e para ele”, afirma o diretor de Produto e Operações, Marco Antônio Eckert.
Nem sempre a comunicação foi assim tão integrada, tão interativa. As mudanças começaram há quatro anos, em 2006, quando a operadora completou oito anos. A primeira grande necessidade da comunicação era a padronização. “Não havia uma só identidade, e sim várias comunicações, além de um apelo muito racional”, conta Kátia Okumura Oliveira, coordenadora de Marketing e Comunicação.
A padronização foi feita com o lançamento do TáAqui! (jornal digital e mural). Mas ainda havia outra necessidade: notícias ‘quentes’, em lugar de informações. O segundo passo, então, foi reduzir o tempo no qual os acontecimentos virassem notícias.
Para atrair o interesse dos colaboradores, foram realizadas promoções-relâmpago, com brindes aos participantes. Até que, em 2008, no aniversário de dez anos da empresa, toda a comunicação foi reestruturada.
Além de uma identidade visual ainda mais forte e unificada, todas as publicações impressas e digitais, foram mais bem segmentadas, para atender às necessidades de seus públicos.
A receptividade está expressa em números. Em 2006, a satisfação com a comunicação interna atingia 56%; em 2007, 96% e em 2008, 99%. O desafio, então, passou a ser manter o elevado nível de satisfação e, por que não?, lutar pelos 100%
Ainda em 2008, a evolução da comunicação interna visou ao envolvimento dos funcionários. Foi lançada a campanha Recruta-se, convidando os colaboradores a contribuir com matérias, curiosidades e dicas para as publicações impressas e digitais.
O envolvimento da equipe da Central Nacional Unimed já estava tão forte, que um grupo de profissionais com talento musical tomou a iniciativa de fazer uma nova versão para o jingle criado para os dez anos da operadora. Eles apresentaram a música aos colegas, e receberam apoio da diretoria.
Sem Rádio-Peão
A campanha Recrute-se cresceu e criou ambiente propício à criação do Comitê de Comunicação Interna, formado por colaboradores de diversas áreas da empresa, sem a participação de diretores e gestores, para que todos se sentissem mais à vontade na exposição de suas ideias.
As primeiras propostas do Comitê foram: criação de subcomitês nas duas maiores áreas da empresa, sorrisômetro, informações técnicas segmentadas, cada funcionário dizendo ‘como eu faço’, sugestões de pauta para todos os veículos de comunicação e uma nova proposta de Mural, que agora é um espaço de integração e traz um pouco da vida de cada colaborador: família, animais de estimação, viagens, festas, entre outros temas. Hoje, a comunicação é regida pela emoção.
Como diz Kátia Okumura, “fomos buscar os disseminadores de opinião, conhecidos como organizadores de eventos e locutores de rádio-peão, pois eles conhecem seus colegas e sabem o que ‘está pegando’ na empresa”.