Foram três títulos em cinco anos e a transformação da Unidos da Tijuca em mais do que uma escola de samba. Uma empresa bem gerida, com planejamento, estrutura e marketing funcionando a pleno vapor.
Muito além do patrocínio, que ajuda a fazer um Carnaval grandioso, a escola de samba trabalha intensamente no resto do ano para captar recursos e proporcionar uma experiência única nas empresas, e, claro, no público-alvo.
O intuito é mostrar que o Carnaval está cada vez mais organizado e que é muito mais do que samba e dias de folia. Existe planejamento, além de ser uma excelente ferramenta para fidelizar clientes, motivar funcionários e ensinar, de forma criativa, o gerenciamento dentro de uma empresa.
Entre os “produtos” oferecidos pela Unidos da Tijuca, por exemplo, estão: workshops, shows temáticos, eventos corporativos e variados na quadra, relacionamento nos camarotes (quadra e Sapucaí), team building, entre outros.
Sair dos Limites da Sapucaí: Esse é o Desafio da Unidos da Tijuca
Associar uma marca a um show que movimenta milhões todos os anos, e, de quebra, ter o negócio divulgado para pessoas do mundo inteiro. Conhecido como o maior espetáculo do mundo, o Carnaval é também uma excelente oportunidade de negócios. Afinal, não é a toa que marcas de cerveja, cosméticos e tantas outras têm seus espaços na Marquês de Sapucaí. Mas é possível ampliar os ganhos além do Carnaval?
A Unidos da Tijuca expandiu seus negócios para além das fronteiras do Sambódromo e resolveu transformar a escola em um negócio rentável não apenas durante os meses que precedem o Carnaval, mas o ano inteiro.
A responsável pelo marketing da escola de samba, a diretora Fabiana Amorim conta que a expertise adquirida com o Carnaval, que envolve grande planejamento e outras ações fora do desfile em si, fez com que os dirigentes pensassem em outros canais de atuação para gerar receita durante todo o ano.
A partir disso, transformaram a Unidos em uma grande agência de eventos, desenvolvendo ações conceituais para oferecer uma experiência diferenciada ao público-alvo das empresas que os procuravam em busca de parcerias para seus eventos corporativos.
Um exemplo desse novo nicho de atuação foi a apresentação que 24 bailarinos da escola fizeram durante o jogo Brasil X Itália, em Salvador (BA), na Copa das Confederações.
“Foi uma releitura de várias comissões de frente. No lugar do personagem Thor levitando seu martelo de 2013, tivemos jogadores com bolas; além da troca de roupas de 2010 e das boas-vindas com as cabeças que caíam de 2011”, comentou Fabiana.
Além do conhecimento do mercado de eventos, Fabiana explica que essa nova área de atuação da Unidos também foi excelente para a autoestima dos funcionários, já que, após o desfile de Carnaval, ficavam alguns meses ociosos.
“Temos um quadro de colaboradores fixos que não abrimos mão. São pessoas que fazem a escola, que são a identidade da Unidos. Mas percebemos que muitas vezes ficavam desmotivados e ansiosos pelo início dos preparativos do novo enredo para o ano seguinte”, exemplifica.
Orçamento Ampliado
Atualmente, não há dúvidas sobre a transformação do Carnaval em uma grande indústria, tendo o planejamento de comunicação e marketing como um dos pilares dessa mudança. E a Unidos da Tijuca é benchmark no assunto.
“O Carnaval é uma atividade muito forte, que movimenta milhões todos os anos. São inúmeras marcas que querem se associar às maiores escolas, que querem seus nomes ligados ao espetáculo. Percebemos que não apenas eles podem se beneficiar do negócio, nós também. Embora as pessoas enxerguem a Unidos da Tijuca apenas como um escola de samba, somos uma empresa. Precisamos gerar receita não apenas nos meses que antecedem o Carnaval.”, complementa Fabiana.
As agremiações perceberam a importância da comunicação e do marketing no seu dia a dia, ajudando na captação de patrocínio, elevando a sua imagem e fortalecendo a marca para que a escola de samba conquiste um lugar no mercado corporativo.