O foco das entidades da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) nos próximos três anos será a inovação, anunciou na noite de 22 de agosto, o industrial Glauco José Côrte, ao assumir o segundo mandato como presidente da instituição.
Após relatar as conquistas da primeira gestão, ele declarou: “Devemos, podemos, queremos e vamos fazer mais e melhor, através da inovação, da melhoria contínua, do planejamento e da execução de ações integradas de todas as nossas entidades. Vamos tornar a Fiesc o principal agente articulador da inovação no Estado”.
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Como exemplos, o presidente da Fiesc citou os Institutos Senai de Inovação, em fase de implantação, e o Instituto Sesi de Inovação em Tecnologias para Segurança e Saúde no Trabalho, que contará com parceria da universidade americana de Stanford.
A educação, principal bandeira das entidades da Fiesc nos últimos três anos, foi abordada por Côrte também sobre o prisma da tributação. Uma caneta, por exemplo, é onerada em mais de 47%, a régua em 45%, a borracha em 43%, mochilas e lancheiras em quase 40% e lápis em 35%. “É surpreendente, para não dizer chocante, o fato de que os governos continuem tributando ferozmente o material escolar”, afirmou.
Em seu pronunciamento, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que analisando discursos desde a década de 1990 a impressão é que as coisas não mudaram e destacou a falta de reformas, como a trabalhista, além das deficiências na infraestrutura.
“A gente fica com a sensação que o nosso discurso parece velho. Mas a forma como os empresários têm trabalhado com união e força, tem feito com que haja grandes mudanças. Olhamos para trás e vemos que avançamos muito”, afirmou Andrade.
Côrte citou estudo do The Boston Consulting Group mostrando que o custo da produção no Brasil é 23% maior que nos Estados Unidos, enquanto em 2004 era 3% inferior. E citou como exemplo o salto na conta de energia de 23% em Santa Catarina. “A indústria catarinense não concorda com esse aumento excessivo, que onerará, se mantido, ainda mais, o custo de produção industrial”, afirmou.
Côrte ainda destacou desafios da indústria como a existência de fábrica parcialmente fechada há quase seis meses em função da Norma Regulamentadora 12 do Ministério do Trabalho e a falta de estrutura de fiscalização nos portos e agroindústrias. “Burocracia é como dirigente e técnico de futebol. Ambos são especialistas. Mas quando o time perde, a culpa é do outro. Nunca vimos um governante defender a burocracia. Todos a condenam e a culpam pelos atrasos nas licitações, nos licenciamentos, nas obras. Só que não acabam com ela e, pelo contrário, a fortalecem com a criação de novas estruturas e cargos. Chega de desculpas”, disse.
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