Pelo menos 16 cidades mineiras cancelaram o Carnaval de 2015. Entre os motivos citados pelas prefeituras, estão a crise de falta de água (ou a economia dela, como precaução), problemas financeiros e medida de segurança das cidades. Neste último caso, algumas temem o aumento inesperado de foliões.
A Região Centro-Oeste é a que teve o maior número de desistência da festa. Foram 12 até o momento. Carmo Da Mata Itapecerica, Oliveira, Passa Tempo e São Francisco de Paula consideraram a crise hídrica como principal motivo.
Sobre a questão, o prefeito de Passa Tempo, Antonio Julio Costa (PSD), explicou que a cidade não possui represa. “Se a água baixar demais, nós podemos ficar sem água. Imagina se dobrasse a população?”, comentou ele, considerando migração de foliões para o município.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Mateus Leme.
Já Arcos, Cláudio, Carmópolis de Minas, Formiga e Moema não descartaram a economia de água, mas consideraram os baixos repasses de verbas ao município, por parte do governo, problema mais grave para justificar a suspensão. Além disso, o aumento significativo de público poderia afetar a segurança dos locais.
Outro exemplo é a cidade de Itabira, na Região Central de Minas Gerais. Segundo a prefeitura, o local recebe, em média, dez mil foliões por ano. Com os reservatórios funcionando na capacidade mínima e política de racionamento adotada deste setembro de 2014, fazer uma festa carnavalesca poderia agravar os problemas de falta de abastecimento.
Ainda na Região Central do Estado, Itaguara e Santa Maria de Itabira também optaram pela suspensão da folia. A primeira diz enfrentar a “mais grave crise hídrica da história”, já Santa Maria de Itabira credita o impedimento ao déficit financeiro.
Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, decidiu suspender o Carnaval de rua na cidade por falta de recursos. De acordo com a prefeitura, a cidade vai economizar cerca de R$ 300 mil com a medida. O prefeito Marlon Guimarães (PDT) afirma ter priorizado a conclusão de unidades de saúde e o pagamento do salário dos servidores, ao invés do investimento na festa.
No Triângulo Mineiro, a cidade de Sacramento realiza os desfiles carnavalescos desde 1978.A arrecadação do município, segundo o Executivo, é insuficiente para arcar com o gasto de aproximadamente R$ 1 milhão, custo estimado da festa.
Na Zona da Mata, Santos Dumont também suspendeu o Carnaval por falta de recursos.
Outras Questões
Campina Verde, no Triângulo, cancelou a festa por determinação judicial. O Ministério Público proibiu gastos com o carnaval. Ainda assim, a prefeitura recorreu da decisão.
Em São Gonçalo do Pará, na Região Centro-Oeste, a folia sequer entrou no cronograma de festividades da cidade. A decisão de não fazer o carnaval veio da crise financeira que a cidade enfrenta. Conforme cita a prefeitura, a festa que no ano passado custou cerca de R$ 60 mil ao município.