O número de pessoas que usa o Facebook todos os meses no Brasil chegou a 89 milhões entre abril e junho, em 2014. Ou seja, oito em cada dez dos mais de 107,7 milhões de internautas do País (segundo a consultoria eMarketer) acessam a rede social mensalmente. A cada dia, são 59 milhões de brasileiros na plataforma.
Com números tão impressionantes, não é novidade que as marcas estejam cada vez mais tentando aumentar sua popularidade na rede social. Segundo uma pesquisa da Syncapse, cerca de 49% dos usuários da rede curtem uma fan page de marca para apoiá-la, e 42% para conseguir cupons de desconto.
O estudo aponta que os usuários são levados a se tornar fãs das páginas por motivações de cunho emocional. O estudo da Syncapse também descobriu que 78% dos fãs do Facebook de uma marca também são os atuais usuários de produtos ou serviços da empresa. Mas isso não é uma regra. A BMW é uma exceção significativa, com apenas 36% dos seus fãs sendo clientes.
No Brasil, a marca com maior números de seguidores no Facebook é o Guaraná Antarctica, seguida da Skol e da Brahma Futebol.
A rede tem se mostrado um ótimo canal de interação entre consumidores e marcas, mas é preciso ter em mente que ela não é a única opção para divulgar novidades e tendências dessas empresas.
Mídia Tradicional
Durante muitos anos as marcas lutaram para conseguir mídia espontânea, fosse ela por meio de uma ação de live marketing, uma promoção “estratosférica”, uma ação de guerrilha, enfim, qualquer coisa que chamasse a atenção para si e fosse divulgada nos mais variados veículos de comunicação sem precisar desembolsar um centavo.
Com o crescimento das redes sociais, as marcas passaram também a apostar em ações digitais buscando a fidelização do target, porém, estão deixando de fazer a divulgação disso em outros veículos. O mesmo acontece com as agências responsáveis pela criação da ativação.
Durante muito tempo, a mídia tradicional reinou soberana. Para as marcas, quando queriam divulgar algum produto ou serviço, a primeira ideia que lhes vinha à mente, era a televisão.
O marketing promocional sempre esteve à margem, inclusive, era chamado pelos publicitários de BTL (Bellow the Line ou Abaixo da Linha). Ninguém lhe dava o devido valor, acreditando não ser algo que realmente impactasse, que atingisse milhões de pessoas, algo que a mídia tradicional fazia, mesmo que a um custo bem elevado, afinal, aparecer em um horário nobre por 30 segundos custa muito dinheiro.
Pois é, mas o tempo passa. As pessoas mudam, o comportamento do consumidor muda e ele exige um quê a mais no que diz respeito ao que espera de determinada marca ou produto. E, nos dias atuais, até a mídia tradicional passou a investir em ações de live marketing para ativação, mesmo com o crescimento do uso das redes sociais.
Digital x Ao Vivo
É preciso lembrar que, apesar do crescimento das redes sociais, mais especificamente o Facebook, ainda tem muita gente que não usa, ou porque desconhece ou porque realmente não tem acesso. Lembrando que, telefonia móvel e internet no Brasil, ainda estão muito longe de um patamar 100% satisfatórios.
Um exemplo disso, foi a ação de live marketing realizada pela Brahma em 2014 durante a realização da Copa do Mundo no Brasil.
A marca resolveu promover o acesso à Copa do Mundo e levar a emoção do maior espetáculo do futebol mundial ao maior número de pessoas e lugares, reafirmando o conceito “Onde for Brasil, tem Copa. E onde tem Copa, tem que ter festa”.
Sendo assim, esteve presente na Vila do Guiné (BA) e Brejinho do Nazaré (TO), levando um telão para que as pessoas dessas localidades pudessem assistir a um jogo da Copa do Mundo (Veja matéria completa aqui).
Por que a marca fez isso? Para se aproximar de um público que, na maioria das vezes não é lembrado por muita gente, e, principalmente, porque não tem acesso a nenhuma tecnologia.
Esta ação se transformou em um filme publicitário e ganhou projeção em muitos outros veículos.
Esse é apenas um exemplo para ilustrar que, por mais que uma marca tenha um grande número de seguidores, que o site de uma empresa tenha bastante views, é preciso ir além.
Marketing Digital
O marketing digital é uma ferramenta de comunicação com clientes em potencial, onde se utiliza as principais funcionalidades da internet para a divulgação de serviços e produtos.
Fazendo uso dessa ferramenta, a empresa consegue aumentar sua rede de relacionamentos, e, em consequência, faz a captação automática de diversos clientes de forma extremamente eficaz, rápida e moderna.
A famosa propaganda “boca-a-boca” tão eficaz no marketing convencional, pode ser estendida para o ambiente virtual, aproveitando as redes sociais. Pesquisas revelam que, muitos consumidores mudaram de opinião sobre uma compra, ao verificar as qualificações negativas de outros internautas.
Quando existe a qualificação positiva, a empresa ganha a confiança do consumidor virtual, aumentando a possibilidade de compra e de divulgação dos seus produtos por meio do ” boca-a-boca” digital.
O questionamento aqui não é sobre qual é o melhor: mídia tradicional x live marketing x marketing digital. Todos eles têm o seu valor. A questão é: se eu utilizar única e exclusivamente a minha rede social, eu conseguirei atingir um público realmente suficiente para manter a minha marca ou empresa em destaque? Conquistarei novos clientes?
Quem não é visto não é lembrado. Aparecer para um número X de pessoas, em uma época de crise econômica, como a que o Brasil vem passando, por exemplo, pode ser um risco.
Existem, hoje, diversas ferramentas de comunicação que podem e devem ser exploradas para se ganhar visibilidade. A hora é de aparecer, se mostrar para um número cada vez maior de pessoas, ou seja, é o momento de compartilhar informações e não ficar preso dentro de um Facebook pessoal, onde só os seguidores habituais estarão lá curtindo.
Tenho visto grandes marcas realizando eventos, ações promocionais, entre outras, fazendo a divulgação apenas em seu Facebook. O mesmo tem acontecido com agências e prestadores de serviço. Ou seja, o trabalho que antes era feito e mostrado em vários veículos, hoje está restrito a uma rede social própria. Isso basta?