Entre os dias 18 e 21 de outubro, no Centro de Eventos e Convenções Brasil, em Brasília acontece o XXI Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral.
O tema central deste ano será a “Transição do paciente do Hospital ao Domicílio”, que tem como objetivo explicar a importância de conduzir esta transição e como viabilizar a continuidade dos cuidados nutricionais no domicílio.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) e da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Robson Moura, são problemas cotidianos que precisam ser discutidos pela equipe multiprofissional, e está discussão irá incluir representantes do governo para analisar a sua viabilidade econômica.
“Como continuar a terapia nutricional após a alta hospitalar, quais recomendações precisam ser transferidas pela equipe de terapia nutricional ao cuidador do paciente, a importância da família nesta transição bem como os cuidados com a higiene no manuseio de sondas e dietas enterais são fatores importantes para o bem estar do paciente, além de evitar reinternações hospitalares.”, esclarece Dr. Moura.
Muitos se enganam ao pensar que as complicações ficam no hospital quando o paciente recebe alta hospitalar. Segundo o presidente da SBNPE, é preciso orientar muito bem tanto o paciente quanto a pessoa responsável, chamada de cuidador. Ao receber alta, é necessário dar continuidade ao tratamento e à rotina alimentar em casa, e esse cuidador torna-se peça fundamental e essencial para este processo e transição.
Foto: Reprodução/Google.
Para o especialista, as informações e orientações devem ser passadas ao cuidador por meio de um diálogo bem claro e também devem ser entregues por escrito, para que o cuidador não corra o risco de esquecê-las.
Depois de ficar internado no hospital por um período, o paciente está com vontade de saborear a comida caseira. Porém ele deve continuar com a dieta mesmo em casa, e a equipe do hospital deverá orientar o cuidador oferecendo algumas sugestões de pratos para diversificar a dieta e torná-la menos monótona.
Três fatores são fundamentais para evitar essa monotonia: a criatividade na formulação da dieta, a socialização do paciente com os membros da família na hora da refeição e tornar o ato de alimentar-se prazeroso.
Segundo o presidente da SBNPE, na maioria dos casos, o mais indicado é a dieta industrializada, por ser mais completa e ter todos os nutrientes que o paciente precisa naquele momento. “É preciso orientar o cuidador que, na melhor das intenções, prefere fazer a comida em casa, achando que assim fará bem ao paciente. Porém, no processo caseiro, muitos alimentos acabam perdendo suas propriedades nutricionais, enquanto que no processo industrial, isso não ocorre.”, alerta Dr. Moura.
Cuidado com a Higiene Oral
Um ponto que poucas pessoas prestam atenção é com relação à higiene oral. Os indivíduos esquecem que o paciente, quando está restrito ao leito, fica impossibilitado de fazer a higiene oral sozinho e precisa que alguém faça isso para ele.
Essa preocupação deve ser passada ao cuidador também, para que ele dê continuidade quando o paciente for para casa, já que, se o paciente ainda estiver impossibilitado de fazer sua própria higiene oral, é o cuidador quem deve auxiliá-lo.