O projeto já existe em Londres, Madri, Varsóvia, Tel Aviv e Seul. Na segunda (13), abre as portas por aqui o Campus São Paulo, o primeiro prédio do Google na América Latina dedicado a abrigar empreendedores e profissionais liberais que estão em busca de ampliar networking, otimizar o budget e fazer calls — ou, em bom português, conhecer gente, poupar verba e realizar conferências telefônicas sem pagar nada.
Há 150 mesas fixas nas áreas de coworking (escritórios coletivos), gratuitas para startups. Cada iniciativa poderá ter ali até dez pessoas e permanecer seis meses renováveis por igual período. Nos próximos dias, o endereço abrirá inscrições para as pessoas jurídicas. Os interessados passarão por uma seleção da multinacional. A companhia americana e parceiros também indicaram dezesseis microempresas para integrar o negócio.
Uma das que garantiram vaga é a ProDeaf, que desenvolve uma plataforma digital para traduzir qualquer linguagem de sinais por meio de um avatar em 3D. “Aqui, teremos contato com outras iniciativas, para dividir opiniões e nos ajudarmos”, diz Renato Kimura, um dos sócios. “Para o Google, interessa muito acompanhar de perto o surgimento de novas ideias”, explica o diretor do Campus, André Barrence.
Exemplo disso é o aplicativo de trânsito Waze, que passou pela unidade de Tel Aviv quando estava em estágio embrionário. Além disso, outros profissionais podem se tornar membros gratuitamente (pelo site campus.co/sao-paulo/pt/sign-up), frequentar as áreas coletivas e contar com a estrutura do prédio. Ele não decepciona os fãs do estilo Google, com grafites, mobiliário de design moderno e ambientes cenográficos.
Nos 2 600 metros quadrados do edifício de seis andares, no número 70 da Rua Coronel Oscar Porto, no Paraíso, há de lounges de convivência, com mesas e poltronas, a espaço de amamentação, além de wi-fi gratuito e um café. Desde janeiro, cerca de 7 100 pessoas já solicitaram a carteirinha do local, cuja lotação máxima é de 550.
São limitadas as vagas dos eventos (há dois auditórios, um com 100 e outro com cinquenta cadeiras) e somente as startups residentes podem usar as catorze salas de reunião, equipadas com câmeras e televisores, para conversas à distância. A ornamentação de cada uma delas faz referência a uma festa paulistana, como a de Nossa Senhora Achiropita. A ideia é que o projeto seja, ao mesmo tempo, o mais paulistano e internacional possível.