A palavra crise tomou conta da mídia, da sociedade, do mundo, provocando uma desestruturação da vida psíquica e social, por distúrbios do pensamento, emoções e comportamentos.
Não temos escapatória, aliás, não adianta fechar os olhos, ouvidos e a boca, a virulência das informações não perdoa nem os otimistas de plantão.
Se omissos, corremos o risco de sermos tachados de alienados frente ao massacre midiático. Se entrarmos no clima de pessimismo, somos rotulados de pessimistas que só veem o lado negativo.
Informações massificadas sem hora para terminar, tendo inclusive, a capacidade de ofuscar todas as outras que, naturalmente, fazem parte do nosso cotidiano.
Antes de ser rotulado, é importante deixar claro que não sou apologista de esconder ou manipular informações, apenas pleiteio o equilíbrio das informações, sem patrulhamento, sem a massificação do pessimismo que está tomando conta da sociedade.
Ações construtivas que gerem motivação, para que a sociedade possa investir em mais empregos, dando tranquilidade aos brasileiros mais do que penalizados pelas permanentes intempéries a que são submetidos.
Ainda que aparentemente existam várias crises, as nossas são reais. Crise social, crise da consciência, crise da elite política, crise da receita, está apenas preocupada em compensar uma eventual perda das receitas fiscais e tributárias.
Temos também a crise dos grandes pensadores estratégicos, preocupados em como justificar ou dar uma nova roupagem à continuidade de impostos, de achaques, de aumentos, todos na contramão das ações do mundo global.
Falando em crise, desde Dom. João VI, a crise é endêmica, com maior ou menor intensidade e sempre esteve presente no nosso dia a dia.
Ela está viva e tem que ser encarada pela sociedade como uma tempestade temporal para ser combatida de forma construtiva. Todos sem exceção têm um compromisso, lutar pela sua extinção, sem oportunismos, especulação ou demagogia.
Cabe aos governantes reger uma mobilização a todos os níveis, sem populismo, sem espírito de palanque eleitoral, sem oportunismos, sem querer levar vantagens, uma comunicação que integre todos os meios de comunicação, divulgando ações positivas, estratégias, acima de tudo, capazes de ressaltar e demonstrar para a sociedade o seu real compromisso.
A mesma força midiática usada para divulgá-la deve ser usada para gerar otimismo, motivação, incentivando as organizações e a sociedade no desenvolvimento de modelos e desenvolvimento sustentável, modelos que se sobreponham às crises, não só as econômicas, mas também, às energéticas, de saúde, de valores, de violência.
Vamos aproveitar a oportunidade e transformar a crise num ato de cidadania.
O momento não poderia ser mais propício para debater um novo modelo de desenvolvimento sustentável, não só para governos, empresas, e cidadãos, todos dispostos a contribuir, a minimizar seu impacto, mudando hábitos e criando novos paradigmas.
A crise econômica mundial faz engrossar o coro generalizado dos descontentes.
A sociedade reclama frente aos modelos do sistema econômico social e político, assim, torna-se necessário uma mudança que minimize a crescente desigualdade global de riqueza, da distribuição de poder, por intermédio de uma mudança coletiva, unilateral, que envolve lideranças políticas e sociedade.
“Quase a metade dos empresários (46%), acredita que as medidas adotadas pelo governo para contornar a crise são insuficientes; outros (30%) creem que as medidas são consistentes e um terceiro grupo (24%) considera que elas privilegiam apenas alguns setores mais organizados.” – Parágrafo extraído do portal HSM On-line de pesquisa feita pelo Fórum de Líderes Empresariais.
Não gostaria de terminar sem antes colocar uma questão, mesmo sabendo que a grande maioria da sociedade não tem poder para mudar os rumos da economia, aliás, nem somos escutados: Como podemos ter representatividade, participar e usar o exercício da cidadania?
E nós homens de comunicação, e clientes, como podemos contribuir para igualmente minimizar os riscos reais e especulativos?
Senhores comunicadores está na hora de sentar, de refletir, de fazer propostas concretas, usar o prestígio pessoal, sair da mídia elitista e convocar as grandes figuras notórias do mercado e agir, temos que pensar um pouco menos no pessoal e pensar mais no coletivo, o Brasil agradece.
Temos diante de nós uma nova realidade, uma nova bandeira, um novo desafio, temos também um espaço para novas oportunidades, talvez sem louros, mas provavelmente com grandes resultados.