As consequências da pandemia de Covid-19 tornaram drasticamente visíveis uma série de falhas sistêmicas, e, aliadas às pautas econômicas e climáticas que têm emergido na última década, convocaram o capitalismo à reflexão sobre seu modus operandi.
Humanização de processos e responsabilidade social já não são diferenciais, mas sim soluções obtidas para reestruturar os valores da máxima liberal que imperou na segunda metade do Século XX.
As cobranças por governanças transparentes exigem que as empresas disponibilizem dados e indicadores que comprovem a efetividade de suas ações.
É nesse ponto que a tecnologia se anuncia como parte fundamental para a concretização das estratégias em ESG.
Capitalismo de stakeholders e a revolução ESG
Até agora, a Global Sustainable Investment Alliance estima que são 31 trilhões de dólares vertidos para investimentos responsáveis, representando 36% dos ativos totais.
Os números crescem exponencialmente. Diferente da proposta do passado recente, a dessa nova fase do capitalismo não dá enfoque aos acionistas e ao retorno de investimentos.
Muito pelo contrário, para que o retorno seja conquistado é preciso que as empresas supram os interesses de outros stakeholders como comunidades locais, companhias da cadeia produtiva e funcionários, para citar alguns.
Empresas que implementam as práticas ESG minimizam problemas legais, aumentam a produtividade, e, portanto, otimizam os investimentos.
Novas propostas, novas práticas – A tecnologia a serviço
Os investidores querem comprovações das ações promovidas, e, nesse contexto, a transparência de dados é um fator crucial. Aliás, são muitos os softwares que hoje em dia entregam indicadores, scores, analytics e pesquisas para garantir a eficiência dos planos de ação.
Apesar disso, a entrega desses indicadores têm sido o ponto cego da maioria das empresas, que ainda carecem de tecnologia integrada em seus sistemas.
Embora o Brasil esteja caminhando a passos curtos nessa corrida, um estudo realizado pelo Distrito Dataminer aponta que existem 740 startups que atuam nesse segmento.
O B2B faz parte dessa contagem. O sucesso desse movimento, que só em 2021 já recebeu cerca de 89,8 milhões de dólares, se deve às análises preditivas, uma combinação de fórmulas matemáticas e estatísticas que coleta dados em tempo real e cria prognósticos, evitando riscos.
A tecnologia, portanto, não se resume na utilização de aparatos para reduzir impactos ambientais. Ela deve, também, fazer parte do corpo funcional de uma corporação que projeta suas estratégias e conta com a digitalização para garantir o sucesso de suas propostas.
ESG na prática – Quais são os primeiros passos?
Integrar políticas ESG inclui planejamento, estrutura e comprovação, configurando, assim, a criação de um organismo complexo.
No entanto, no que diz respeito à tecnologia, existem etapas fundamentais que podem nos preparar para esse novo universo que, além de importante e necessário, será uma realidade para as empresas do futuro.
A modernização da infraestrutura de TI é uma etapa imprescindível tanto para obter mais eficiência cotidiana como para facilitar os processos de seus colaboradores.
Ao gerarem maior bem-estar na execução de tarefas, aparelhos atualizados promovem menor gasto de energia elétrica. Esse passo, por consequência, também possibilitará a dinamização de demandas.
É um investimento que devolverá a você mais tempo útil, e, principalmente, viabilizará a integração sistêmica. Um ponto crucial para melhorar a qualidade dos serviços prestados e para identificar se suas propostas estão sendo efetivadas por meio do monitoramento e coleta de dados.
Pode parecer bobagem, mas preparar tecnologicamente sua empresa é a iniciativa necessária para acolher não só a realidade ESG, como também tudo aquilo que o mundo está preparando para o funcionamento corporativo.
A jornada é longa, porém 100% válida se o seu objetivo é cuidar do mundo e do futuro do seu negócio. Essa é a chance de estar de acordo com o nosso tempo e implementar tecnologia a favor da humanização.
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