O Lollapalooza Brasil 2020 é o primeiro grande evento no País a ser afetado diretamente pela expansão do novo Coronavírus, o Covid-19.
O festival, programado para o período de 3 a 5 de abril, na Capital paulista já estava em fase de montagem.
As ações da TF4 SHOW3 caíam 6,2% nesta sexta feira, quando foi anunciado o cancelamento.
A empresa divulgou em 11 de Março o balanço do 4º trimestre de 2019 apresentando um caixa de R$ 53 milhões.
O impacto ao festival era uma possibilidade ventilada há alguns dias. Havia tanto a preocupação com cancelamentos no line-up, especialmente da banda Guns N’ Roses, que teve show cancelado na Costa Rica, quanto de patrocinadores e apoiadores que não queriam ter suas marcas atreladas à possível disseminação da doença.
A nova data de realização do Lollapalooza será de 4 a 6 de dezembro de 2020.
Realizado pela T4F, o evento tem como patrocinadores Budweiser, Chevrolet, Adidas, Doritos, Vivo e Coca-Cola. O apoio é de Taqueray, Colgate Plax, Samsung Galaxy, Prevent Senior. Bradesco e Next são responsáveis pelo meio de pagamento oficial.
João Doria recomenda cautela
O governador do Estado de São Paulo, João Doria, falou esta semana sobre a realização de grandes eventos. “Neste momento não há nenhuma razão para pânico. E não há nenhuma razão que determine o cancelamento de eventos públicos, seja no esporte ou no entretenimento, há um aconselhamento para que pessoas com mais de 65 anos evitem aglomerações. Evidente que cada empresa, organizador e envolvidos podem adotar as medidas sobre seus eventos, mas não com recomendação do governo.”, disse.
Cancelamentos ao redor do mundo
“O mundo inteiro está tomando medidas drásticas no sentido de diminuir a velocidade da expansão do Covid-19. Então, eu imagino que tem que ser revista a possibilidade desses grandes eventos, com cancelamento ou adiamento.”, diz Rosana Ritchmann, infectologista e integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“É um contato quase que íntimo, mesmo que não haja troca direta de material biológico. O empurra-empurra comum em festivais e a proximidade perto das grades dos palcos pode fazer com que exista possibilidade de transmissão entre os fãs.”, explica Marcello Bossois, alergista e membro do projeto Brasil sem Alergia.
Para ele, com a doença sendo transmitida entre residentes do mesmo país, a orientação médica é não ir aos festivais: “Se existe um risco, mesmo que mínimo, em aglomerações, a minha opinião pessoal é pelo cancelamento. Se você for, use e abuse de álcool gel e lave sempre que puder as mãos.”