Dia 12 de fevereiro, no Expo Center Norte, os líderes do setor de eventos se reuniram para mais um Lamec – Latin America Meeting & Events Conference, uma iniciativa que o capítulo Brasil da MPI (Meeting Professional International) vem realizando desde 2011, para os organizadores de eventos e seus associados, com o objetivo de trazer atualidades, networking e mais do que nunca – esse ano, para que reflitam sobre o segmento MICE e Tecnologia.
O macrotema – Humanos como sempre, tecnológicos como nunca, foi extremamente pertinente para provocar uma reflexão de que por mais que o high tech tenha invadindo nosso cotidiano, o high touch é imprescindível. Isso foi traduzido na programação de diversas formas.
Começando com algo muito pertinente que é um setor se mobilizando por uma causa e de maneira muito cuidadosa e impactante, uma atriz mirim leu uma carta ao Papai Noel, onde ela expunha o problema sobre abuso sexual e o quanto nós devemos estar alertas ao problema, pois este pode estar próximo e podemos auxiliar. Este tema será explorado em vários eventos e entidades do trade, numa campanha de conscientização: #Falandosobreisso.
Já sobre meeting design, ponto alto do evento, sem muitos formalismos e otimizando parte de conteúdo, com as plenárias acontecendo conjuntamente com as visitações aos estandes dos parceiros e coffee break.
Lógico que na cultura brasileira, tem hora que o barulho interfere, chegando até a atrapalhar, mas é uma tendência que não tem mais volta, quando entendemos que nos eventos cada vez mais o participante decide seu foco de atenção, pois tudo está lá à sua disposição.
Na fala sobre Inteligência Artificial e ROI, pessoal da Iris 8, trazendo a eterna cobrança do cliente em tangibilizar os números e resultados dos eventos. Isso pode ser por meio dos chatbots – dando um superatendimento e cruzando dados dos inscritos, como via data streaming e até mesmo com formas de trabalhar a volumetria de visitantes de estandes, acompanhando forma de deslocamento, tempo em determinadas áreas e oscilações de feições de humor, que demonstram interesses e empatia, trazendo assim informações para tomadas de decisões.
Interessante que, por mais que a IoT esteja invadindo nosso ambiente, parafraseando o palestrante: “Saber da tecnologia, é como entender de flecha, mas é preciso ter o índio que domine o arco.”
No painel sobre a Tradução simultânea, desde as traduções silenciosas, ou com app que fazem a tradução via o celular dos participantes evitando logística de equipamentos, mas por outro lado a entidade que representa os tradutores e intérpretes indicando como cada vez mais com a globalização, palestrantes de diversos países surgem, como melhorar a experiência e quanto a questão de ética e sigilo está tão em voga e devemos manter nossa atenção.
No quadro Carreira em eventos, momentos distintos na profissão de eventos foram retratados via esquetes de teatro e comentadas por sêniors do mercado e uma consultora de RH.
Pela forma lúdica, era nítido como membros da plateia se viam representados ali, e boas dicas surgiram referente migração de status (freela/empresário/funcionário), atualização, gerenciar rotina intensa e equilíbrio familiar, entre outras. Reflexões!!!
Já no final do dia, a Key note speaker, cientista aclamada do TED, Poppy Crum, trouxe o discurso da neurociência falando sobre a Tecnologia da empatia – assunto que ela pesquisa em Stanford.
Por mais que a fala fosse focada em neurociências e termos técnicos, demonstrava como circuitos cerebrais que criam as realidades de percepção únicas que cada um de nós temos, já podem ser reconhecidas via tecnologia, tornando fácil perceber os sinais e manifestações que nos revelam, pois nosso corpo irradia nossas histórias através de temperatura de nosso fisiologia, indicando nosso estresse, estado de interesse ou via frequência e dinâmica de nossa voz ou até mesmo a quantidade de dióxido de carbono que pode ser medida num espaço, indicando reações positivas e negativas.
Isso tudo pode ser elemento de análise para mudança de programação/agenda, atenção redobrada de segurança, ações promocionais, pois o corpo traz uma assinatura química de nossas emoções e com isso podemos mudar ou melhorar o jeito de contar estórias e promover experiências.
Para finalizar, a oportunidade de visitar a Campus Party (CPBR) e assistir a abertura de um evento, que recebe 130.000 visitantes de diversas gerações, parte deles que acampam por 5 dias.
Vivenciar junto aos campuseiros, as palestras, dinâmicas, hackaton, projetos de cocriação, é uma inspiração para o gestor de eventos proporcionando uma imersão em temas de criatividade e inovação, itens tão importantes para os livemarketers.
O que fica é que independente e/ou dependente da tecnologia, serão os HUMANOS sempre pensando e criando eventos.
Fotos: Eduardo Temperinie & Ormene Dorneles.
Assista também:
Por Líbia Macedo.