A comunicação na atualidade não é a mesma de poucos anos atrás: marcada pelas redes sociais e tecnologia, o cenário se transformou com a colaboração entre influenciadores digitais e empresas como uma estratégia de marketing poderosa. À medida que as mídias sociais ganharam importância, os criadores de conteúdo se tornaram essenciais na promoção de produtos, serviços e marcas.
Para as empresas, associar suas marcas a influenciadores relevantes é uma oportunidade de ampliar significativamente o seu awereness e fortalecer o relacionamento com o público. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Youpix e a Nielsen, 84,4% das marcas participantes do estudo estão dispostas a investir mais de um milhão de reais no mercado de influência neste ano de 2023. Segundo a Goldman Sachs Research, o mercado mundial da creator economy movimenta atualmente 250 bilhões de dólares, com projeção de crescimento para 480 bilhões em 2027.
Os influenciadores, por outro lado, podem monetizar e expandir a sua base de seguidores ao promover produtos ou serviços para um público altamente envolvido. O Factwords for Meta diz que o Brasil já soma 20 milhões de creators e a YouPix publicou um relatório que comprovou que mais de 50% desses creators possuem CNPJ, ou seja, enxergam na creator economy uma profissão. Essa parceria permite que as empresas atinjam nichos de mercado específicos e construam uma conexão mais autêntica com o seu público-alvo, graças à credibilidade e à personalidade dos influenciadores.
Apesar dos benefícios colhidos por ambas as partes, os desafios não deixam de existir. Podemos citar primeiro e como o principal deles a transparência. Negociações justas entre as marcas e os influenciadores exigem um alto nível de clareza desde as primeiras conversas. Todos os envolvidos devem compartilhar claramente suas expectativas, objetivos e limites financeiros. Isso evita mal-entendidos e estabelece uma base sólida para a negociação.
E não é tão simples como parece. Há detalhes valiosos que fazem toda a diferença na hora de elaborar uma estratégia de divulgação. É aí que entra o trabalho das agências, que por meio da sua expertise conseguem mediar a negociação entre os influenciadores e as empresas de modo que todos possam ser beneficiados. A agência identifica os pontos fortes e fracos de ambas as partes e aponta caminhos para o sucesso da parceria.
A partir desta premissa, chegou um novo conceito para o mercado de marketing de influência: o Fair Creators Economy. Pautado na modernização das relações entre marcas e influenciadores, a economia de criadores de conteúdo já movimenta mais de 30 bilhões de reais no Brasil desde 2011, de acordo com um levantamento da FGV, e o setor está mais exigente quando o assunto é transparência nas negociações.
Para além do pagamento do serviço, a novidade no setor coloca cliente e criador em uma mesma mesa para tomar decisões estratégicas da marca. O foco, agora, é trazer equilíbrio entre a liberdade criativa do influenciador e os objetivos da marca, já que o perfil do consumidor está mais dinâmico e hiperestimulado por muitos conteúdos. As marcas, reconhecendo e respeitando essa singularidade, permitem que os influenciadores apresentem a mensagem da marca de maneira autêntica. É assim que tem início um relacionamento de confiança e poderíamos dizer, até mesmo, de afeto do consumidor com um produto ou serviço.
Uma parceria de sucesso só pode ser alcançada quando todos os envolvidos estão completamente alinhados na execução do plano de divulgação e isso só é possível quando há transparência em todas as áreas do negócio. Desde o financeiro até os aspectos éticos e políticos. A visibilidade sem propósito é incapaz de construir relacionamentos sólidos e duradouros com os consumidores, é preciso que ambas as partes acreditem no objetivo a ser alcançado.
*Gabriel Moraes é CEO da Hypebud
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