Você já deve ter ouvido falar que no Brasil temos mais celulares do que pessoas, certo? Sim, é verdade.
De acordo com a 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), o País extrapolou a marca de um smartphone por habitante e conta com 220 milhões dos chamados celulares inteligentes ativos.
Estamos cada vez mais conectados, e os telefones móveis têm sido o meio mais utilizado para isso. De acordo com a Pnad Contínua TIC 2017, pesquisa domiciliar realizada pelo IBGE, o percentual de domicílios que utilizavam a internet subiu de 69,3% em 2016 para 74,9% em 2017. No período, a proporção de casas com telefone fixo caiu de 33,6% para 31,5%, enquanto a presença do celular aumentou de 92,6% para 93,2% nas habitações.
E não são apenas os celulares que estão conectados. A chamada Internet das Coisas (IoT), que podemos definir como a conexão digital de objetos do dia a dia com a internet, tornando esses objetos "inteligentes", tem se destacado nesse planeta cada vez mais interligado.
De acordo com a consultoria Gartner, o mundo estará conectado a 25 bilhões de dispositivos até 2021.Sua geladeira, suas roupas e os produtos que você compra no supermercado vão fazer – ou já fazem – parte dessa conexão. No dia 26 de junho, aliás, o governo brasileiro publicou um decreto que instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas, com o objetivo de fortalecer a tecnologia no País.
Partindo do princípio que uma conexão pode gerar dados, acredito que a IoT será uma forte oportunidade para as marcas e novos negócios. Afinal, trata-se de uma grande massa de informações sobre o consumidor que pode transformar a estratégia do negócio e até de um segmento de mercado inteiro. E como a presente revolução digital tem mostrado, se você não adapta seus negócios ao perfil do novo consumidor, a sua empresa tende a ficar para trás, ou simplesmente "quebrar".
A boa notícia é que se existe alguém com capacidade para analisar essa enxurrada de dados, extrair tendências, traçar novos perfis de clientes, identificar preferências do consumidor e elaborar novas estratégias para atender as demandas do público, esse alguém é o profissional de marketing digital.
Os eletrodomésticos também estão revolucionando as relações entre marketing e consumo. Em um refrigerador inteligente, você pode digitar sua lista de compras e ele analisa quais itens estão faltando. Assim, ele consegue, caso esteja cadastrado numa loja virtual, solicitar remotamente a reposição desses itens, emitindo sozinho um pedido de compras. Esse tipo de IoT está revolucionando as relações de consumo e o marketing.
Outra aplicação está relacionada à experiência do cliente. Um estudo da Gartner, que listou as dez principais tendências de IoT para 2023, apontou que o número crescente de interações ocorrendo entre os dispositivos obrigará as empresas a repensarem a experiência dos usuários- para quem tem o objetivo de criar vivências positivas com produtos e serviços, é claro.
O levantamento também identificou a Inteligência Artificial aplicada à IoT como tendência para a transformação dessa grande massa de dados. Ora, sabemos como a Inteligência Artificial combinada à tecnologia de machine learning tem contribuído na interação com o consumidor.
Por fim, penso que a grande massa de dados gerada pela IoT é uma oportunidade para revermos as estratégias de produtos e serviços de forma mais analítica e inteligente, além de pensar em uma nova e completa experiência para clientes cada vez mais exigentes.
Mas lembre-se: também precisamos ficar atentos à privacidade e ao uso responsável dessas informações, pois esse consumidor cada vez mais engajado não perdoará deslizes.