Antigamente, a maioria dos modelos de negócio era pautada na hierarquia de poder, ou seja, uma mão de uma única via.
Os líderes determinavam suas escolhas e aos funcionários só cabia executar as suas funções, já que não se sentiam totalmente seguros para expor suas ideias, propósitos, dores e ambições.
Porém, a transformação sempre foi um processo com base em questionamento e muitas empresas entenderam que era necessário repensar certas tradições para ver se tais condutas ainda eram viáveis.
E é nesse cenário que o princípio de empoderamento, que teve destaque nos últimos anos, entra. Também chamado de empowerment, esse conceito implica em dar o poder para si mesmo ou para outra pessoa.
Na prática, em uma empresa, isso significa envolver profissionais de todos os níveis em decisões, identificar os desafios de cada setor e aumentar produtividade dos colaboradores.
Para ficar mais claro, pense no seguinte exemplo. Quando um time de futebol é montado, quem escala os jogadores e decide as melhores táticas é o técnico. Por outro lado, são os jogadores que estão na linha de frente e sabem quais são os desafios que estão enfrentando efetivamente.
Dessa maneira, não faria sentido se coubesse a eles somente ouvir e obedecer, é indispensável que eles participem ativamente das escolhas. Do mesmo jeito funciona em uma organização, ter voz é cada vez mais imprescindível.
Uma cultura empresarial que se pauta em conceder poder aos colaboradores, em primeiro lugar, contribui para uma visão ampla do que é o negócio, quais são suas maiores dores ou oportunidades. Então, esse processo de colaboração começa a caminhar para um sentimento coletivo de liderança, onde todos enxergam seu espaço e o veem como fator de motivação.
Questionar a hierarquia de poder já é um traço de inovação, mas essa amplitude de pontos de vista abre espaço para dar outros passos no caminho da transformação.
Quando todos estão mais envolvidos com a organização também sentem que são partes essenciais para o crescimento dela. Uma relação de trabalho que antes se tratava apenas de fornecer e receber, muda para uma ótica participativa, com sugestão de melhorias, uso de novas tecnologias e metodologias e busca pela maior eficiência.
As empresas estão compreendendo cada dia mais que é importante empoderar os colaboradores, mas, como fazer isso na prática? Primeiro, devemos identificar qual é o propósito da sua empresa e o de cada funcionário, verificando se eles se complementam entre si. Para isso, ouvir cada um deles é essencial.
Conhecendo as suas particularidades e estímulos, é possível propor ideias que sejam boas para o todo, sem deixar de pensar em cada indivíduo como uma pessoa única.
O que podemos concluir é que o empoderamento oferece muitas possibilidades para que o seu negócio prospere, mas, para isso, é fundamental que as organizações estejam abertas às mudanças que vão acontecer.
Problemas que antes não se enxergava vão aparecer e é preciso reconhecê-los para inovar, já que, quem não inova em algum momento, pode se tornar obsoleto.
*Eduardo Fonseca