Nesta sábado (18), o festival Coolritiba ocupou dois espaços importantes da capital paranaense: a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame. Poucos eventos utilizam ambos de forma interligada, um sinal de que o festival almeja transcender a esfera local. Entre os apoiadores estavam marcas como Budweiser, Red Bull, Pepsi e Buser.
Em suma, a edição de 2024 do Coolritiba não foi ruim. Mas foi esquecível. O público saiu como entrou e isso por si só prova que o festival tem um longo caminho para chegar ao nível de um Lollapalooza, por exemplo. Os acertos envolvem a boa seleção de artistas, entre eles atrações inéditas na cidade, mas a experiência ainda não entrou no repertório.
Com ingressos a partir de R$ 240 — que, com a taxa, se torna R$ 300 — e difícil acesso ao local, a chuva apenas confirmou que ir ao festival é um esforço. O retorno foi justo apenas pelas atrações musicais impecáveis, que, mesmo com o temporal, não tiveram grandes atrasos ou cancelamentos.
Marina Sena fez sua primeira apresentação em Curitiba para um público ainda tímido de início de festival. BaianaSystem e Kevin O Chris levantaram o astral do público que ainda chegava. Armandinho manteve a festa com um set de hits e o auge da tarde foi Seu Jorge, que cantou para uma plateia cheia e esbanjou carisma.
Por fim, a banda alemã Milky Chance fez uma bela apresentação em seu primeiro show em Curitiba. Lulu Santos, responsável por fechar o palco, cantou para uma plateia já reduzida. Vale lembrar que haviam dois palcos, sendo o segundo na Ópera de Arame, em uma área coberta. Por lá passaram Papas na Língua, Supercombo, Poesia Acústica e WIU, última atração da noite.
Budweiser, Red Bull e Pepsi tem presença tímida
A Budweiser, cerveja oficial do festival, entregou um espaço bonito, de dois andares, mas com poucas utilidades. Sem brindes, os participantes poderiam fazer uma tatuagem de decalque ou ouvir (do lado de fora do estande) a DJs, mas essas atrações não aconteciam o tempo todo. Havia um bar temático, mas não teve copo da Bud no evento. Também não era uma área de descanso, não haviam lounges ou cadeiras, que seriam úteis para o público se proteger da chuva. O andar de cima se destinava a convidados da marca, mas ficou vazio a maior parte do tempo.
Red Bull trouxe uma experiência parecida. O espaço era consideravelmente menor e continha um bar temático, com performances de DJs no andar de cima, de acesso restrito.
Pepsi, por sua vez, tinha a faca e o queijo na mão e se contentou com migalhas. Responsável pelo espaço de alimentação do Coolritiba, a marca expões o logotipo na placa de entrada e banners promocionais no espaço interno. Não teve ações da marca ao longo do festival, nem ativações próprias. Havia, sim, um photo opportunity no qual não vi ninguém tirar fotos. Como uma imagem vale mil palavras, deixo abaixo para cada um tirar as próprias conclusões.
Neste mesmo espaço de praça de alimentação, mais ao fundo, há um balanço para fotos que é da própria Pedreira Paulo Leminski com vista ao lago. Não sei se isso foi considerado em algum momento, mas, na minha opinião, era um espaço melhor para atrelar à marca. Ali, sim, haviam pessoas tirando fotos.
Buser e Apostou.com se destacam
Ao contrário das grandes marcas, Buser e Apostou.com se esforçaram mais para criar memórias. Buser teve dois estandes no Coolritiba, um logo na entrada da Pedreira e outro próximo ao palco principal. Ambos os espaços eram lounges e as cadeiras e sofás permaneceram ocupadas ao longo de todo o evento, principalmente com a chuva. Contava, ainda, com uma roleta de brindes que sempre tinha fila de interessados.
Para participar, a empresa coletava dados como nome, e-mail, celular e cidade em que mora dos visitantes. Em seguida, o participante gira uma roleta e concorre a brindes. Entre eles, uma squeeze, um boné, uma pochete e descontos nos serviços Buser. Além disso, com a opção “marque a gente no Instagram e escolha o prêmio”, a marca ganhou muitas menções nas redes.
Por fim, Apostou.com levou realidade aumentada para demonstrar os jogos da plataforma. Um dos únicos espaços que oferecia uma experiência diferente e memorável. E, mesmo com a chuva, as operações seguiram ao longo de todo o festival. Por outro lado, a marca era a única patrocinadora oficial do Coolritiba, então poderia ter feito mais, como ações ambulantes. Nenhuma marca fez ações ambulantes, permaneceram “cada um no seu quadrado”.
Experiências não tão radicais assim
Além das ativações de marca e dos shows, o festival contou com duas experiências “radicais”. Uma delas é a tirolesa, própria da Pedreira Paulo Leminki. A outra, exclusiva do evento, foi o balanço radical. Ambas as experiências têm cobranças à parte, não inclusas nos ingressos. E nenhuma delas cativou o público. Vale ressaltar que, em outras edições o Coolritiba, já foram oferecidas roda-gigante entre outras atrações.
Para avaliar com propriedade, desci a tirolesa. Bem segura e organizada, é uma experiência bacana pois dá visão ao palco. Todavia, as filas custam de 30 minutos a 1h30 de festival de quem decide se aventurar. Medidas básicas como compra antecipada e agendamento já resolveriam parte da fila. Além disso, não há bancos nem cobertura no espaço de fila da tirolesa, o que torna a espera muito cansativa.
Não subi no balanço radical, mas, perguntando para quem participou, o consenso é que é divertido, mas sem fortes emoções. Talvez a falta de adrenalina seja algo positivo, as duas atrações funcionaram com toda a segurança necessária.
Espaço lab: o acerto do Coolritiba
Para mim, o espaço lab concentrou acertos do festival. O palco lab oportunizou plateias para bandas menores que se apresentaram no local durante os intervalos do palco principal.
Além disso, pequenas marcas autorais e brechós exibiam peças neste espaço, criando uma feira em pleno Coolritiba. Com os bancos, o espaço se tornou o mix perfeito de conforto e diversão, e estava constantemente cheio.