Estamos quase lá.
Mais 4 dias e Paris 2024 terá entrado para a história do movimento olímpico, como a
terceira Olimpíada realizada na Cidade Luz.
Já temos, uma galeria de imagens muito grande de lembranças fortes que ficarão em
nossas memórias. Os Jogos da Diversidade, trouxeram para nós brasileiros, até aqui, alguns pontos interessantes, e principalmente alguns heróis improváveis, que certamente causaram corre nas redações de esportes dos veículos de comunicação.
No momento em que escrevo este artigo, temos 14 medalhas conquistadas, das quais 9 foram conquistadas pelo esporte feminino brasileiro. E mais do que isso, das nossas tradicionais medalhas no masculino, não teremos nenhuma do vôlei (nem na quadra e nem na praia), e também no futebol, onde somente as meninas chegam para a grande final, contra nosso já tradicional adversário, o time feminino dos Estados Unidos.
Temos ainda algumas chances, mas vejo com ceticismo a possibilidade de batermos nosso recorde e atingirmos 22 medalhas. Espero, sinceramente, estar errado.
Mas, antes que nossas carpideiras venham chorar pela falta de apoio, pelas questões estruturais que conhecemos, e fazemos questão de repetir a cada encerramento de olimpíadas, gostaria de chamar atenção para o que vem depois.
Sim, depois, vão acontecer na mesma Paris, os Jogos Paralímpicos.
E como explicar que o Brasil terá um desempenho infinitamente melhor nas Paralimpíadas Paris 2024, do que nos jogos que estamos vivendo?
Primeiro, trata-se de uma questão histórica. Faz tempo que nossos atletas paralímpicos impressionam o mundo, e nos colocam em destaque entre os 10 primeiros colocados (em Tóquio 2020, ficamos na sétima colocação tendo conquistado 72 medalhas, no total, 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze).
A questão que aparece é: como num país de desigualdades tão acentuadas, o esporte paralímpico se mostra mais vencedor?
Atenção, não estou aqui para fazer comparações entre os dois e seus desempenhos. O esporte paralímpico possui um centro de excelência, na zona sul de São Paulo, que certamente, ainda hoje, é um dos mais modernos do mundo, oferecendo a possibilidade de treinamento e aprimoramento de vários esportes. E claramente isto é muito importante.
No entanto em termos de apoio empresarial, o esporte paralímpico ainda sofre preconceito. Eu mesmo, tentei por diversas vezes emplacar patrocínios, inclusive para os Jogos do Rio 2016 e foi um esforço completamente inútil. Lembro ainda que o atual Presidente do IPC – International Paralimpic Committee, é um brasileiro, ex-Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, que teve atuação destacada em levar o esporte paralímpico brasileiro a esta posição de destaque no mundo.
Mas, voltando aos Jogos Olímpicos.
Certamente, vamos sair de Paris, com um gostinho de quero mais, a meu ver, mais forte que nos Jogos de Tóquio. Batemos na trave em vários esportes; mesmo naqueles em que não esperávamos atingir o lugar que atingimos, afinal em nosso caminho no basquete masculino, simplesmente estava o dream team americano; no handball feminino, a Noruega, se não a melhor uma das melhores do mundo. Sem falar de resultados históricos como o do tênis de mesa e o arco e flexa, por exemplo.
Somando tudo que já aconteceu e ainda vai acontecer, cada vez mais fica cristalino, que o esporte Olímpico ou Paralímpico, feminino ou masculino, torna-se cada vez mais, uma grande oportunidade de investimento e de resultado para as marcas que queiram estar junto conceitos como superação, garra, paixão, técnica, modernidade, enfim uma constelação de diferenciais que certamente as colocarão em destaque em seus mercados de atuação.
Falta-nos muitas coisas, é verdade.
Mas podem acreditar que para os atletas iniciantes falta muito mais.
Assim, é tempo de olhar para o passado muito recente e vislumbrar o sucesso que está
reservado no futuro.
Seja bem-vindo LA 2028!