Luiz Fernando Coelho

Velozes e curiosos

Por Luiz Fernando Coelho. Em um mercado cada vez mais dinâmico e impulsionado pela inteligência artificial, a busca por velocidade e autenticidade torna-se essencial

Créditos: Unsplash
Créditos: Unsplash

Estava eu outro dia em meus devaneios, buscando uma maneira de definir duas características que fossem muito importantes para nossa atuação nesse mercado maluco que é nossa vida produtiva. Achei no binômio do título, devidamente reescrito, a fórmula correta para desenvolver essa reflexão.

E é tudo muito simples. Precisamos ser velozes? Sem dúvida que sim. Em tempos de inteligência artificial, gerar tempo para podermos ter mais tempo para aquilo que é importante mesmo, é fundamental. Longe de achar que a IA resolve todos os problemas. Digo isso porque existem pessoas que logo se arvoram em usar a IA indiscriminadamente, pasteurizando os textos e conceitos, tornando-os todos muito iguais e quadrados.

Vejamos um exemplo verdadeiro que ocorre hoje, levando em conta o uso de IA. Profissionais em busca de oportunidades de trabalho têm feito suas bios a partir das diversas inteligências artificias disponíveis. Resultado: um monte de CVs muito parecidos. E mais: a outra face dessa moeda é que quem faz a primeira seleção dos candidatos também é uma IA desenvolvida pela empresa. Assim, sabe-se lá o que acontece.

Temos que ser velozes, sim, mas precisamos mostrar nossa face, nosso jeito de ser e fazer as coisas, nosso carisma, nossa maneira de ser protagonistas. Velozes, sim. Contudo, será mais bem-sucedido quem for veloz, porém com extrema atenção aos detalhes, às formas, às necessidades que as situações nos pedem, e assertivos e precisos na hora de propor uma solução ou uma visão.

“É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”, nos dizem Gil e Caetano nos versos da música Divino Maravilhoso. Exatamente isso. No mundo em que vivemos não é possível procrastinar, esperando que as coisas caiam do céu. Temos que ser o capitão de nosso navio, enfrentando tempestades e calmarias. Mas rápido, e mais rápidos.

Curiosos? Sim, por que não curiosos? Temos que superar a nossa mente, acostumada a ouvir que a curiosidade matou um gato, ou que curiosidade é sinônimo de fofoca, e que sabemos que não é. Ser curioso significa estar em busca de. Precisamos estar sempre nessa busca do que não conhecemos. Esse movimento é que nos dá a possibilidade de estar em ação com nossa mente, de se manter aberto ao novo, se desenvolver. Na realidade de hoje não podemos ficar parados, e ser curioso é uma competência bem interessante.

E, mais uma vez, tudo dentro das proporções que não invadam nem prejudiquem outras pessoas. Por isso velozes e curiosos. Esse binômio expressa a vontade e a capacidade de nos colocarmos abertos às mudanças que acontecem em nosso dia a dia. Quanto mais rápido reagimos, de forma consciente e sensata, mais conseguimos caminhar. Não ficar parado é condição sine qua non para termos sucesso em nossas empreitadas.

Mudanças sempre vão acontecer. E você vai ter uma escolha a fazer: ou se esconder, achando que tudo te persegue, ou tornar essa condição uma oportunidade para ser veloz e curioso.