Arte e Criatividade

A indústria musical nos ensina a vender além do álbum

Uma breve atenção sobre o poder do Merchandising em criar, replicar e manter vivas as marcas na história

Merchandising da Rolling Stones é parte do sucesso da banda no ramo da música

Lembro quando sentei ao lado do meu namorado, Pablo Miyazawa, que estava escrevendo a recém-lançada edição especial da Rolling Stone sobre o Iron Maiden, e comentei que a banda também devia seu sucesso ao merchandising. Sem pretensão, o assunto tomou fôlego e virou uma página dentro da revista. Com muita sorte, para escrever essa página, contei com entrevistas de pessoas que admiro tanto, como Gustavo Giglio, Aline Barretto, Vanessa Queiroz, Eduardo Abreu, e de quebra, aspas gringas do sócio da Rockabilia, uma das principais lojas de merchandising musical dos EUA.

Essa foi, na verdade, uma oportunidade de trazer esse assunto como destaque, uma vez que ele se atém ao que lhe cabe – um mero desdobramento de algo maior. Mas seria o merchandising tão discreto assim, ou uma arma poderosa de marketing?

Se pensarmos em todos os grandes ícones pop do mundo, muito provavelmente uma gama de produtos é ainda associada a eles. E as replicações podem ser refinadas, como os itens colecionáveis, até banalmente produzidas em série como os Funkos. A verdade é que, independente do material, forma ou canal de venda, os produtos licenciados — ou até falsificados — são o que movimentam mercados inteiros, mantêm e criam comunidades de fãs.

Fornecedores do mundo todo, inclusive, esperam a hora de usar livremente assets comerciais, como foi o caso do Mickey Mouse da animação de 1928 (“O Vapor Willie”), com seu domínio público aberto esse ano. A Lego não perdeu tempo e mostrou como recriar um “ratinho” nesse caso:

Mickey Mouse se tornou um asset público

Ou até a celebração histórica como gancho de propaganda, com a já onipresente Hello Kitty, completando 50 anos em 2024:

Personagem Hello Kitty em Tóqui, Londres e Paris

Voltando ao tema, assim como hoje é fácil encontrar bandas imersas em seus próprios produtos, contando uma história que muitas vezes extrapola suas composições, é também fácil encontrar lojas de produtos exclusivos em eventos.

Como é o caso das lojas proprietárias da NBA House, da BGS, da CCXP…

Produtos da CCXP, como ecobag e vestuário

E, claro, não poderiam faltar as collabs, que também são formas de merchandising.

PUMA vista o épico

Essa tendência parece estar a cada dia mais efervescente, misturando marca de café com maquiagem, marca de refrigerante com roupa, e até algumas collabs das collabs, com collabs. Como é o caso do Cinemark, que não mede esforços na área de Food&Beverages…

Collab de Bauducco, Fanta e Cinemark para o Halloween

Paro por aqui, porque esse texto já se perdeu tanto quanto a Cinemark, junto da Bauducco, junto da Fini, junto da Fanta, e que no fim ainda é sobre cinema. Ou sobre Iron Maiden? (você sabe o que está consumindo?)

Até a próxima,
Julia