Dia da Consciência Negra

83% das empresas desenvolvem ações voltadas para questões raciais, diz Instituto Ethos

TIM e Grupo Heineken trazem exemplos de iniciativas de equidade racial e combate ao racismo que vão além de novembro

Foto: Pexels

2024 é o primeiro ano em que o Dia da Consciência Negra é comemorado como feriado nacional em todo o território nacional. A data marca a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo nacional de resistência à escravidão e ao racismo.

Durante o período, que pode abranger todo o mês de novembro, as ações e iniciativas voltadas para a equidade racial, conscientização e valorização da cultura negra ganham mais força, em ciclos sociais, educacionais ou ambientes de trabalho. Assim, o feriado consegue funcionar como um estímulo, promovendo maior engajamento de empresas e instituições.

“O Dia da Consciência Negra é uma data fundamental para reforçar o combate ao preconceito e discriminação racial na sociedade como um todo, sem dúvidas é uma data marco onde as questões raciais são discutidas. Aqui na TIM, usamos essa data marco para das ainda mais visibilidade às nossas ações, que são trabalhadas de forma contínua em um calendário anual”, conta Alan Kido, Gerente Executivo de Cultura, Educação e Diversidade & Inclusão da TIM Brasil.

Mais que ações de conscientização

Segundo a pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas 2023-2024, uma das estratégias para combater o racismo e a discriminação é a sensibilização sobre o assunto. Significando “levar informação sobre a agenda de diversidade, equidade e inclusão a fim de romper vieses, preconceitos, e promover a conscientização sobre o tema”.

Ainda de acordo com o Perfil, no que toca à pauta racial, 83% das empresas entrevistadas indicaram desenvolver ações focadas em pessoas negras. Além disso, 86% das empresas que desenvolvem políticas ou ações afirmativas voltadas para a promoção de igualdade dedicam esforços em capacitar gestores e gestoras sobre a temática.

Organizações como o Ministério dos Direitos Humanos destacam a relevância das ações de conscientização e combate ao racismo estruturado no Brasil, enquanto outras empresas utilizam a data como ponto de partida para programas de diversidade e equidade ao longo do ano.

Dessa forma, podemos compreender que as empresas estão sim dedicando mais esforços para conscientizar as equipes. Contudo, as ações precisam ser transformadas em práticas contínuas e estruturais, evitando ações pontuais apenas durante novembro.

Exemplos do mercado

O Grupo HEINEKEN tem adotado ações para promover a equidade racial, alinhado à meta do Movimento Pela Equidade Racial (MOVER) de alcançar 10 mil lideranças negras até 2030. Uma das principais iniciativas é o programa “Potencial em Desenvolvimento”, voltado para cargos de alta liderança e o “Black Shine”, que acelera a carreira de 250 analistas sêniores por ano.

A empresa conta com vagas afirmativas para pessoas negras em todas as posições, desde início carreira, a cargos de liderança e posições com potencial de promoção para liderança. Em 2024, 54% das posições sêniores foram preenchidas por profissionais pretos e pardo. A companhia também conta com programas de porta de entrada, além de processos seletivos regionais afirmativos para estágio e jovem aprendiz.

Alan Kido traz o exemplo de como a TIM atua: “durante o mês de novembro reforçamos as ações que realizamos ao longo de todo o ano, como palestras – conduzidas por especialistas de mercado e líderes internos para promover a conscientização sobre o papel de pessoas não negras na luta antirracista – além de ações para toda a liderança da TIM“.

Alan Kido, Gerente Executivo de Cultura, Educação e Diversidade & Inclusão da TIM Brasil. Foto: Divulgação

E as nossas ações vão além da sensibilização e do combate ao preconceito e discriminação, atuamos também com ações para ampliar as oportunidades de empregabilidade de pessoas negras no mercado de trabalho, abrindo vagas dedicadas para cargos de liderança. Mantemos, ainda, de forma orgânica, ações para contratação de pessoas negras de forma geral, bem como ações focadas no desenvolvimento profissional“, complementa.

As ações da TIM focadas no pilar racial de contribuir para ampliar a representatividade de pessoas negras na companhia atingiu 42%, estando acima da média do mercado.

TIM Pérolas Negras

O programa TIM Pérolas Negras é uma iniciativa da TIM voltada ao empoderamento, crescimento profissional e inclusão de colaboradores negros na empresa. Disponível para todos os colaboradores negros, o programa possui duas etapas principais. Na etapa Acelerar, mais de 1.100 participantes se inscrevem voluntariamente para acessar conteúdos sobre ancestralidade, marca pessoal e educação financeira, promovendo capacitação profissional.

Programa TIM Pérolas Negras. Foto: Reprodução/Linkedin

Já a etapa Potencializar é um percurso de 24 meses focado na aceleração de carreira de colaboradores negros em cargos anteriores à liderança, preparando-os para assumir posições estratégicas. Atualmente, cerca de 60 pessoas participam dessa etapa, alinhada ao compromisso ESG da TIM de alcançar 25% de representatividade negra em cargos de liderança até dezembro de 2025.

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