Estudo sobre jogos no Brasil

PGB 2025 revela ampla oportunidade para ativações de marca nos videogames

Mais de 80% dos brasileiros jogam videogames, e mais de 50% deste público é feminino: veja como empresas têm oportunidades de ação

A edição deste ano da Pesquisa Games Brasil (PGB 2025) já está disponível, e os dados mostram que o crescimento do setor de jogos tem ampla oportunidade para empresas criarem experiências e ativações de marca mais interativas.

Isso porque as informações do levantamento, feito pelo SX Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM, indica um crescimento de 8,9% do volume total de audiência para videogames, totalizando 82,8% dos 6.282 respondentes em 26 estados e o Distrito Federal.

Aumento do público dos games reflete maior investimento de marcas em ativações imersivas

Imagem de vários jovens se divertindo enquando jogam videogame
Imagem: freepik/Reprodução

O mercado global dos videogames não é estranho a participação de marcas e celebridades não endêmicas a ele. Mesmo no Brasil, temos exemplos recentes, com Hellmann’s e O Boticário abrindo espaços exclusivos no ambiente virtual de Fortnite, da Epic Games.

Mais recentemente, o jogador Cristiano Ronaldo foi anunciado como personagem do jogo Fatal Fury: City of Wolves – sim, ele será um dos lutadores do título produzido pela SNK, em um exemplo de ação de marketing continuado pelos videogames.

O contexto não vem sem motivo: este artigo, publicado no The Drum, cita estudos voltados à favorabilidade do chamado “UGC” (sigla em inglês para “conteúdo gerado pelo usuário”, mas o jargão gamer chama isso de “mods”) para ações dedicadas de marcas:

“Publicitários estão começando a entender que, mais do que uma subcultura de nicho, os mods foram e continuam sendo dominantes como a espinha dorsal dos videogames.”

The Drum

Não por menos, diversos jogos já abraçaram a cultura de modificações criadas pelos usuários – ok, ok: “UGC”: o já citado Fortnite tem modos de edição que tornam públicas (e mundialmente interativas) as criações de cenários e espaços de seus jogadores.

Outro exemplo – The Elder Scrolls V: Skyrim – é, ainda, um dos campeões de modificações disponíveis de forma gratuita, expandindo sua abrangência mesmo nos dias atuais. Nada mal, considerando seu lançamento…em novembro de 2011.

E onde entra a PGB 2025 e as ativações de marca para o Brasil?

De acordo com a Pesquisa Games Brasil 2025, o mercado brasileiro dos videogames segue em crescimento, mas mantendo algumas características que o colocam à parte das práticas globais:

  • Crescimento massivo de audiência: mais de 82% dos brasileiros consomem jogos digitais, um recorde histórico que representa um aumento significativo em relação ao ano anterior. Para a grande maioria (quase 89%), os games são a principal forma de entretenimento
  • Ascensão de jogos de sorte: uma parcela expressiva dos jogadores (38,2%) participa de jogos de sorte e derivados, demonstrando um novo vetor de crescimento e engajamento no mercado de games brasileiro
  • Transformações demográficas no perfil do jogador médio: o cenário gamer brasileiro apresenta maior diversidade, com aumento da participação feminina (53,2%), predomínio da geração millennial e um crescimento notável do consumo em diferentes classes sociais, incluindo D/E e aquelas de maior poder aquisitivo (A e B1)
  • Preferências de plataformas alteradas por geração: embora o smartphone ainda seja a plataforma mais utilizada, consoles e computadores ganharam preferência. A pesquisa detalhou o comportamento por gerações, revelando, por exemplo, a preferência da geração alfa por consoles e seu engajamento precoce com o universo dos jogos
  • Padrões de consumo e engajamento detalhados: a pesquisa investigou a fundo os padrões de consumo, revelando a frequência e os gastos dos jogadores em jogos de sorte, além de detalhar o comportamento da geração alfa, que demonstra um alto nível de engajamento e um certo poder aquisitivo no mercado de games

Com base nessas impressões da PGB 2025, o mercado gamer brasileiro pode trazer um potencial de engajamento ideal para ativações de marca mais amplas. Devido à natureza imersiva dos jogos, peças publicitárias e ações de marketing podem parecer mais naturais — desde que exista um cuidado em seu desenvolvimento.

Mais além, a diversidade demográfica promete entregas mais segmentadas, mas nem por isso, menos criativas (vide “Cristiano Ronaldo em jogo de luta”, mais acima). Unindo isso à tecnologia que as plataformas incorporam para seus sistemas (console para alfas, mobile para geração z e além), uma direção estratégica pode se formar.

Inclusive, estratégias já praticadas – como a oferta de expansões de conteúdo patrocinadas ou itens voltados ao posicionamento de produtos (como, digamos, Cup Noodles em Final Fantasy XV) – podem agregar valor à experiência do jogador, gerando conexão emocional com a marca.

O relatório gratuito da Pesquisa Games Brasil já está disponível no site oficial, por onde os interessados também poderão comprar a versão completa.

Rafael Arbulu Redator
Redator
Jornalista com (quase) 20 anos de experiência cobrindo tecnologia, entretenimento e negócios, e especialista em conteúdo SEO.