Como parte do processo de profissionalização de suas estruturas, as confederações esportivas têm apostado cada vez mais no alcance e engajamento do digital. É o que comprovou o levantamento anual da Ibope Repucom, que mede a adesão das entidades esportivas na internet.
Segundo o estudo, em 2018 houve crescimento de 23% no volume de perfis em redes sociais, considerando as 52 confederações pesquisadas. O líder nas preferências foi o YouTube, que registrou onze novos canais brasileiros, seguido pelo Instagram (9).
Para José Colagrossi, diretor-executivo do Ibope Repucom, a internet possibilitou que as modalidades esportivas que antes não tinham tanta exposição nas mídias tradicionais criassem suas próprias oportunidades. Segundo o executivo, o digital abriu novos caminhos também para novas formas de patrocínio e ativações de marcas.
“Ter presença na mídia hoje se tornou possível via mundo digital por meio da criação de comunidades, organizações de competições, criação de um campeonato legítimo e produção de conteúdo de qualidade. Mas acima de tudo, é fundamental criar um propósito que alinhe os interesses de todas as partes envolvidas no patrocínio.", avalia.
Somados os fãs em todas as plataformas sociais analisadas (Facebook, Twitter, YouTube e Instagram), a Confederação Brasileira (CBF) desponta como líder absoluta com 19 milhões de inscritos. A notícia não surpreende, e reforça o interesse do brasileiro pelo futebol, principalmente em ano de Copa do Mundo. Mas outras modalidades esportivas têm ganhado destaque.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), por exemplo, é vice-líder com 972 mil inscritos, e a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ) completa o Top 3 com 712 mil inscritos. Outro destaque do levantamento é a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que avançou duas posições e desbancou as confederações de Esportes Aquáticos e Futsal, alcançando o quarto lugar.
A CBAt passou a figurar no Top 5 após crescer 53% em relação ao ano anterior. A página no Facebook liderou o movimento, somando 173 mil novos fãs no período.
O protagonismo de atletas brasileiros, como o maratonista Solonei da Silva, campeão da Maratona Internacional de São Paulo deste ano, pode ter contribuído para o cenário. No feminino, Andreia Hessel e Adriana da Silva também desbancaram a supremacia queniana e colocaram o Brasil no pódio, atraindo os holofotes para seu patrocinador máster: a Asics.
"O mundo digital permite um engajamento direto não apenas entre as modalidades e seus torcedores, como também entre as marcas e os fãs das modalidades que patrocinam e também entre os próprios fãs do esporte. Esse engajamento, que funciona baseado em conteúdo digital proprietário e ativações em mídias sociais, transforma torcedores esportivos em torcedores de marcas.”, finaliza Colagrossi.