Estudo de Verba: o filtro que protege a agência e também o cliente

Na coluna anterior, apresentei o ponto de partida do nosso método: o planejamento estratégico, aliado à análise de prazos e concorrência — elementos fundamentais para que decisões sejam tomadas com mais consciência e alinhamento. 

Lutti Colautto

Planejamento estratégico do negócio: o maior ativo invisível das agências de live marketing

Nesta edição, trago à tona uma etapa muitas vezes subestimada: o estudo de verba. 

Nem tudo que brilha é briefing. 

Muitas vezes, o que aparenta ser uma grande oportunidade esconde armadilhas que geram custos altos — de tempo, energia e investimentos. 

Por isso, avaliar com profundidade antes de seguir adiante não é burocracia. É cuidado. Cuidado com a equipe, com os recursos da agência, mas também com o próprio cliente, que muitas vezes não tem acesso completo às variáveis envolvidas no projeto. 

Essa é a lógica do segundo pilar da Metodologia Lampada.ag, aplicada de forma prática em todos os projetos que desenvolvemos. 

O Estudo de Verba na prática 

No universo dos projetos criativos, é comum que um briefing bem-intencionado venha sem os recursos ou prazos adequados. O problema, nesse caso, não está no pedido, mas na falta de alinhamento entre expectativa e realidade. 

É justamente aí que o estudo de verba ganha protagonismo. 

Na visão da Lampada.ag, ele não representa uma barreira. É uma ferramenta de clareza e parceria. 

Antes de aceitar um novo projeto, analisamos cada proposta a partir de três filtros: 

• Matriz de Atratividade – alinhamento com a estratégia de negócio 
• Funil Go/No-Go – análise de oportunidade, mercado e concorrência
• Estudo de Verba – diagnóstico de viabilidade real

Esse processo não visa apenas proteger a operação. Ele também ajuda o cliente a enxergar com mais precisão os limites e possibilidades de sua própria demanda, evitando retrabalhos, frustrações e ruídos na relação. 

Três cenários possíveis a partir do estudo 

A aplicação do estudo de verba permite classificar cada proposta em três situações distintas: 

1. Cliente alinhado: quando há coerência entre verba, prazos e expectativas, seguimos com segurança e clareza. 
2. Cliente precisa de ajustes: aqui, atuamos como parceiros: apresentamos dados, exploramos caminhos viáveis e buscamos soluções reais, sempre com transparência e foco em resultados. 
3. Projeto inviável no modelo atual: quando a proposta se mostra incompatível, mesmo após as análises, optamos por recuar. Fazemos isso com respeito, explicando os motivos e deixando o canal aberto para futuras oportunidades. 

Nosso objetivo não é vencer por vencer — é construir relações duradouras, baseadas em confiança mútua. 

Mapa da Concorrência e critérios éticos 

Outro ponto essencial do Estudo de Verba é a leitura do ambiente competitivo. Avaliamos não apenas o cliente, mas também os demais players envolvidos no processo. 

Isso porque nem todo modelo de concorrência está em sintonia com nossos valores. Se identificamos práticas que distorcem o mercado — como promessas inviáveis, propostas sem embasamento técnico ou histórico de concorrências problemáticas — escolhemos não participar. 

Essa decisão não parte de julgamento, mas de coerência com o nosso modo de operar. 

Saber dizer não também é proteger a relação 

Recusar uma proposta não significa rejeitar um cliente. Significa evitar que ambos invistam tempo e energia em algo que dificilmente será executado da forma esperada. Dizer não, quando necessário, é respeito. É compromisso com a qualidade da entrega, com a reputação da agência e com a construção de relações sustentáveis. 

Negócios saudáveis começam com boas conversas 

Negócios sólidos não se constroem apenas com bons projetos — mas com boas conversas, acordos claros e reputações bem cuidadas. O Estudo de Verba é uma dessas conversas importantes que antecedem o trabalho e pavimentam o sucesso da jornada. 

Quando há clareza, constrói-se confiança. E com confiança, tudo é possível: excelência na execução, alto nível de entrega e resultados consistentes para todos os envolvidos. 

E você? Está construindo confiança e reputação com seus clientes — ou apenas acumulando projetos? 

No próximo artigo

Na próxima edição da coluna, vou mostrar como a Lampada.ag integra planejamento operacional e criação colaborativa para alcançar resultados consistentes, inovadores e sustentáveis.